Mostrar mensagens com a etiqueta Média. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Média. Mostrar todas as mensagens

Geração Y faz menos sexo que os pais


Apesar de serem mais tolerantes ao sexo antes do casamento do que as gerações anteriores, os chamados “millennials” – a geração Y, nascida a partir da segunda metade dos anos 80 – tende a ter um número significativamente menor de parceiros sexuais do que os pais.
De acordo com um estudo publicado esta semana na revista Archives of Sexual Behavior, os millennials têm em média oito parceiros sexuais ao longo da vida adulta.
Por outro lado, os que nasceram entre os anos 50 e os anos 60 tinham relações sexuais com uma média de 11 pessoas, enquanto os nascidos nos anos 70 tinham relações com uma média de 10 pessoas diferentes. Por outro lado, os nascidos entre 1901 e 1924 tinham, em média, apenas dois parceiros sexuais.
Jean Twenge, a autora do estudo, explicou à revista Time que esta diminuição do número de parceiros sexuais se deve à consciencialização sobre a SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Isto acontece mesmo apesar da crescente percentagem de pessoas que acreditam que o sexo antes do casamento “não é de todo errado”: 29% no início dos anos 70, 42% nos anos 80 e 90, 49% na década de 2000 e 58% entre 2010 e 2012.

Fonte: ZAP

Pénis XXL


Stunz usou calças de látex, especialmente feitas para ele usar no Folsom Europe Festival - um festival de bondage e fetiche em Berlim
Micha Stunz é um alemão de 45 anos e tem um pénis de 23 cm de comprimento, 9 cm de largura, que pesa 4,3 kg, segundo ele. Tudo isso graças às injeções de silicone que fez por não se sentir satisfeito com o tamanho do seu órgão sexual. As informações são da versão online do jornal britânico "Daily Mail".
Stunz vive em Berlim e disse em entrevista ao "Vice" que fez tudo isso com o objetivo de se sentir melhor. Curiosamente, os implantes não dão nenhum prazer físico e o sexo tornou-se muito mais difícil para ele - embora não seja impossível.

O alemão não pode ter uma ereção normal e qualquer aumento por excitação não é visível devido ao silicone. Apesar disso, ele afirma que ter o pénis desse tamanho o deixou mais criativo no quarto.

"Há outras coisas que você pode fazer com ele. É preciso apenas estar disposto e se livrar das coisas pré-estabelecidas sobre o sexo", declarou ao "Vice".

Hoje ele tem dificuldades para comprar calças e cuecas que sirvam. Além disso, precisa urinar sentado porque, claro, atrai muito olhares quando fica em pé nos mictórios.

O interesse de Stunz pelas modificações começou quando ele tinha 20 anos e ganhou uma bomba peniana. "Senti-me muito bem depois que a usei pela primeira vez. Tive a sensação de que nasci com um corpo, mas que poderia mudá-lo", contou. 

No entanto, de acordo com o urologista Arefel Seweife, também alemão, a ampliação de pénis pode causar infecções e levar a amputação do órgão.


Fonte: UOL mulher 

Amor platónico e a baixa auto-estima


Quando pensamos em amor platónico, geralmente voltamos à nossa adolescência, àquela paixão pelo professor ou professora, pelo garoto ou garota mais popular da escola ou pelos ídolos da TV e do cinema. Um amor idealizado, com um tom de glamour, ilustrado por cenas e beijos imaginários.

Crescemos, e esses sonhos ficam no passado. Porém, quantas vezes não acabamos reproduzindo os antigos amores platónicos de uma nova maneira? Eles passam a ser direcionados a pessoas mais próximas, são amores aparentemente mais "possíveis". Porém, ainda assim, mantêm a inviabilidade da concretização do vínculo amoroso. Uma distância do ser amado que se manifesta em diferenças que podem ocorrer no âmbito social, de idade, hierárquico, por meio de uma relação proibida, ou simplesmente por um bloqueio em demonstrar o sentimento, que acaba tornando a pessoa amada inalcançável. Assim, percebemos que todas as manifestações do amor platónico guardam a mesma característica: a impossibilidade.

A PESSOA DESEJADA SIMBOLIZA ALGO QUE NOS FALTA

Esses amores impossíveis costumam refletir algo que admiramos: a beleza, a inteligência, o charme ou alguma habilidade especial de certa pessoa que nos faz desejá-la. Ao olharmos para essa profunda admiração, que pode chegar à idolatria, é interessante perceber que aquilo que tanto apreciamos no outro é na verdade aquilo que, de alguma forma, não conseguimos enxergar em nós mesmos.

Se pensarmos bem, a adolescência é uma fase em que a autoestima e a individualidade passam a ser mais decisivas na nossa vida. O amor platónico adolescente representa esse referencial daquilo que queremos ser e ter, podendo ser positivo ao estimular a busca por aquilo que se deseja - a princípio visto como algo externo, em outra pessoa.

O fator platónico do amor torna inalcançável externamente aquilo que, na realidade, buscamos dentro de nós mesmos.

Projetamos externamente as possibilidades para conquistar aquilo que só será alcançado dentro de nós, mas que colocamos fora do nosso alcance, de alguma forma nos distanciando de nossa própria realização. A pergunta a se fazer é: por que continuamos a tornar inalcançável justamente o que mais desejamos, projetando isso no outros?

O LADO CÓMODO DAS ILUSÕES

Viver as ilusões de um amor platónico faz parte de nosso amadurecimento afetivo. Porém, a repetição dessa situação requer a compreensão do que está por trás dessa busca inconsciente pelo impossível. É fácil perceber que esse tipo de amor traz implícito um medo, uma fuga. Alimentar-se da ilusão, ainda que não traga a tão sonhada concretização do amor, é mais seguro e confortável do que encarar a realidade e todos os confrontos inevitáveis na vivência dos relacionamentos. A vida real é muito mais sem graça, menos glamourosa e bem mais trabalhosa do que o amor idealizado. O final feliz dos filmes e contos de fadas não é a regra geral para a maioria das relações afetivas.

POR QUE TEMOS MEDO DE ENCARAR OS MEDOS?

Muitas vezes ficamos prisioneiros da nossa dificuldade de nos mostrar, de nos expor e de nos colocar para o outro. Com medo de nos sentirmos expostos, submissos, e até mesmo humilhados por uma possível rejeição, fechamo-noss em nós mesmos. O nosso maior desejo é viver o amor, porém, o nosso maior medo é demonstrá-lo para quem amamos. Assim o que mais queremos passa a ser nosso maior medo.

Os motivos que criam o medo de viver o amor real podem ter as mais variadas raízes: vivenciar quando criança um relacionamentos nocivo dos pais, vivenciar pessoalmente, e/ou ver a sua volta experiências afetivas traumáticas, situações traumáticas de rejeição e abandono que ficam gravadas no campo emocional (ainda que hoje possam não parecer um problema). A rejeição traz sempre uma dor muito intensa. Porém, essa dor geralmente tem raízes mais profundas, e é nelas que devemos nos focar para encontrar caminhos para viver o amor de maneira mais verdadeira e saudável.

A dor da rejeição representa uma fragilidade, criando uma ferida que nos faz deixar de acreditar em nós mesmos, enfraquecendo a autoestima e poder pessoal.

O AMOR PLATÔNICO COMO UMA OPORTUNIDADE

Por meio dos amores platónicos a vida desafia-nos a vencer os nossos medos, e com isso fortalecer a autoestima e o poder pessoal. Tais experiências convidam-nos a superar a nós mesmos, para assim estarmos aptos para viver o amor de verdade!

Reflexões:
Você tende a apaixonar-se por pessoas inalcançáveis?
Você tem preguiça de interagir socialmente?
Você tem dificuldades em lidar com as diferenças pessoais?
A intensa admiração por alguém faz você ignorar outras características da pessoa não tão positivas assim?

Quanto maior o número de respostas positivas, maior a probabilidade de você sentir atração por amores platónicos. Procure refletir e perceber, de acordo com os aspetos abordados no artigo, quais medos podem estar lhe afastando da vivência real dos relacionamentos afetivos. Caso sinta dificuldade, a orientação terapêutica pode ser de grande ajuda.

Fonte: Personare

O mal de Amar demais



Amar demais em geral é sinónimo de fazer tudo pelo outro. Deixar de dar para si mesmo por amor ao outro. Privar-se, doar-se, entregar-se totalmente e sem reservas, deixar de dizer coisas para não magoar, passar a mão na cabeça para amenizar sofrimentos que a vida traz, diminuir as verdades na tentativa de suavizar dores, engolir sapos e lagartos e tudo isto como sinal de amor, ou pior de amar demais. 
Bem, vamos repensar isto. Amar não é nada disto. Amar é cuidar do outro sim, é estar junto, é apoiar, acompanhar e valorizar o outro, mas em nenhum momento é auto abando. Amar alguém não é obscurecer as verdades e nem passar por cima dos seus princípios, pois isto é falta de amor próprio. E de uma grande inversão de valores.

Amar demais é desvalorizar-se em nome do amor e ficar à espera que, magicamente, o outro o valorize. Será isto possível?
Quem se valoriza é valorizado.
Quem se impõe é respeitado.
E o contrário é verdadeiro na mesma intensidade.
Temos medo do sofrimento e por isso tentamos aplacá-lo para não alcançar quem amamos, contudo isto não ajuda em nada. Ao contrário, só prejudica. Acabamos por criar um mundo fantasioso e irreal. 

Os pais tendem a ser as maiores “vítimas” neste sentido, pois já viveram mais e sabem que a vida é feita de dores e que algumas são bastante intensas. Um desejo imenso que os pais têm é de impedir que seus filhos passem por tais emoções. Contudo, ao tentar privá-los disto, impedem-nos de amadurecer. Pois só se aprende a enfrentar a vida com a verdade, ou seja, encarando a realidade. A cada momento em que os pais tentam amenizar o sofrimento estão a impedir os filhos de desenvolver capacidades de enfrentamento. Não é abrandar a sua dor mas sim estar ao lado para enfrentar junto, não é enfrentar por ele, é ajuda-lo a pensar em alternativas ou quando não houver é chorar e viver a dor em companhia, aliás, que grande aprendizagem é saber que nas horas difíceis temos com quem contar. Os pais esquecem muito facilmente que venceram os seus próprios sofrimentos. Não será isto um indicio de que os filhos também são capazes?
Depois quando os filhos crescem e já não se pode mais protegê-los a dor alcança-os e, neste momento, os filhos percebem o quanto são incapazes de se defender. E o que eles fazem? Voltam-se contra os pais acusando-os como se fossem culpados pelos seus males, pois todo o ódio que sentem projetam-no em quem mais os ama. Injusto não é? Sim, muito!!!  Mas a uma determinada altura eles precisam amadurecer, não há como impedir, só adiar.
Nas relações amorosas o amar demais aparece na forma de fazer tudo pelo outro, aceitar tudo, perdoar tudo, estar sempre disponível e, aqui também, há a expectativa de que o outro o valorize. Quem fica muito à disposição deixa de ser gente para ser visto como objeto. Pode ser um lindo objeto e até bastante necessário, mas não será entendido como alguém com valores e necessidades próprias. Afinal, os objetos não falam. Quem quer ser valorizado, precisa antes de se valorizar. Quem quer ser amado, precisa antes de se amar. E isto não se conquista com discussões ou pedidos mas sim com novas condutas. 
Talvez por isso Jesus tenha deixado dois importantes mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Não é possível amar o outro sem nos amarmos a nós mesmos! E aqui cabe uma reflexão muito importante: Como você se ama? Conhece as suas qualidades, tem clareza dos seus princípios, valoriza os seus desejos, lida bem com os seus erros e defeitos? Como cuida de si mesmo? Espera que sejam os outros a satisfazer as suas necessidades? Como se vê em relação aos outros? Demonstra as suas vontades, entendendo-as como dignas de serem valorizadas ou sem importância? Enfim, como se vê a si mesmo?
É como você se ama que determinará como se colocará diante dos outros. 

Amar demais alguém na verdade pode ser um grande sinal de que se ama pouco a si.

Adaptado do original de Fernanda Rossi


Impulsos para que vos quero


Muito lhes devemos, mas é-nos quase sempre pedido que os controlemos, sob pena de sermos considerados selvagens ou pouco sãos. Autocensuramo-nos, mas não queremos perder a espontaneidade ou renunciar ao prazer. Há quem diga que «não se pode servir a dois amos», mas, neste caso, é no equilíbrio entre ouvir os impulsos e praticar o autocontrolo que se consegue o melhor de dois mundos.
Um murro na mesa, um beijo apaixonado, a compra de um chocolate e a cleptoma­nia podem ter mais em comum do que se imagina à partida. São, ou podem ser, impulsos. Dos adultos é esperado que os controlem. A bem da civilidade, do deco­ro ou mesmo da saúde. Nem sempre é fácil, mas também nem sempre é útil. Evolutivamente, pelo menos, têm-nos sido benéficos, na luta pela sobrevivência, in­dividual e da espécie.
E, hoje, mesmo sendo os nossos desafios mais so­fisticados do que aqueles que enfrentávamos no tem­po das cavernas, continuam a ser centrais. «São fun­damentais na nossa vida. São os impulsos que nos le­vam a procurar o prazer e, no fundo, a satisfazer as necessidades de foro biológico», diz o psiquiatra Dio­go Guerreiro.
Mas o que são afinal? «Necessidades ou desejos fortes, súbitos, muitas vezes irracionais, que levam a compor­tamentos para os satisfazer de forma imediata, visando uma de duas coisas: a procura de prazer ou o evitamento de situações de perigo.» É assim que o psiquiatra Diogo Guerreiro define os impulsos, acrescentando que po­dem ser de vários tipos, mas que os sexuais, alimenta­res e agressivos são os mais comuns.

Nenhuma narrativa sobre impulsos pode passar ao lado de Freud, o pai da psicanálise, e da história que muitos de nós se lembrarão vagamente de ter estudado na escola: Freud chamava-lhes pulsões e defendia que nasciam no id, o seu reino no nosso inconsciente, regi­do pelo princípio do prazer, habitado pelo nosso lado menos civilizado e povoado de desejos, sobretudo liga­dos à libido. Nesta história, o ego desempenha o papel de polícia: regido pelo princípio da realidade, é a parte de nós que tenta reprimir aquilo que lhe parece inade­quado. Mas não tudo, é certo. Porque os impulsos são necessários e porque dificilmente há um ego suficientemente grande e zeloso para abafar todos os desejos que moram em nós.
O impulso é inato, o autocontrolo adquirido. Vamo-lo desenvolvendo à medida que se apura a relação de causa-efeito e se estabelece o processo educativo e de socialização. Aprendemos a pensar antes de agir. Os que não aprendem e têm grande insuficiência do controlo de impulsos acabam muitas vezes por cair na patologia psi­quiátrica. «Por várias razões, incluindo a educação, mas também fatores genéticos ou alterações da neurotrans­missão cerebral, pode existir uma perturbação do con­trolo dos impulsos. As mais conhecidas são a cleptoma­nia, a perturbação explosiva intermitente [explosões de raiva e agressividade], o jogo patológico, algumas for­mas de compulsão alimentar ou o controlo dos impulsos sexuais», esclarece Diogo Guerreiro.
E se é verdade que a sexualidade é um terreno on­de se quer mais espontaneidade do que racionalidade, o caso é que sempre que a impulsividade se sobrepõe demasiado à razão acabamos em maus lençóis. Trai­ções, flirts ou casos fortuitos constantes ou mergulhos de cabeça numa relação podem ser exemplos claros da falta de controlo de impulsos. «Apesar de o sexo poder despertar alguns dos instintos mais primitivos, ten­dencialmente a racionalidade continua a sobrepor-se à impulsividade», diz o psicólogo e sexólogo Fernando Mesquita. «É normal cruzarmo-nos com pessoas que nos despertam desejo sexual, mas salvo raras exceções existe a capacidade de controlar esses impulsos e fan­tasias. Quando existe uma incapacidade em perceber a diferença entre o mundo da fantasia e a realidade, sem que se consiga controlar os impulsos, podemos estar perante um problema.»

A LUTA IMPULSOS VERSUS AUTOCONTROLO é muitas ve­zes um dilema: de um dos lados está o que queremos, do outro também. É uma questão de recompensa e, sobre­tudo, de quando a podemos ter. O impulso oferece-nos uma recompensa imediata, o autocontrolo uma recom­pensa no futuro. Por norma, a recompensa a que tere­mos acesso no futuro é muito maior do que aquela que nos proporciona o imediato: o prazer de comer mais chocolateversus não engordar; o prazer de fumar um cigarro versus não adoecer; o prazer de ter um um caso de uma noite versus manter a relação com a pessoa que amamos. Tudo escolhas que parecem óbvias e lineares, se não introduzimos na equação uma variável que baralha tudo: o tempo. É que não estamos preparados para considerar importantes as recompensas tardias, gosta­mos ter a cenoura em frente do nariz.
Nos seus livros (Previsivelmente Irracional e O Lado Bom da Irracionalidade) e investigações, o economis­ta comportamental Dan Ariely explica-o muito bem: a escolha transforma-se em poder ter uma coisa que nos vai dar prazer agora ou uma que nos vai dar prazer daqui a muito tempo. E, assim como para a nossa vi­são as coisas mais distantes parecem mais pequenas, o mesmo acontece com as recompensas. A distância muda-lhe a proporção: a que está à mão torna-se gi­gante, o mais distante fica pequeno. Por isso, o profes­sor de Duke defende que introduzir uma recompen­sa no imediato pode ser eficaz quando os benefícios da escolha que pensamos ser correta só vão ser senti­dos passado muito tempo. Substituir a perspetiva da recompensa futura por outra, também ela imediata, tornará mais fácil resistir à tentação.
De resto, o próprio Dan Ariely, quando jovem, con­frontado com a necessidade de se submeter a um tra­tamento para a hepatite, usou o método. Cumpriu todo o tratamento (foi o único de todos os participantes no ensaio clínico) porque se recompensava com um filme nos dias em que tinha de dar a si próprio a injeção, que lhe provocava efeitos secundários violentos. E sim, é ri­dículo comparar o prazer de ver um filme com a perspetiva de não morrer demasiado cedo, mas é assim que para nós faz sentido, alega Ariely. «É fazer as pessoas portarem-se da forma certa pela razão erra­da. Mas funciona.»
Precisamos de nos autorregular, mas isso é sempre menos fácil de fazer do que de admitir. E fazê-lo po­de requerer técnicas apuradas. «Um dos aspetos prin­cipais é a motivação, sem ela não há ferramentas que funcionem. E muitas vezes a motivação está associa­da a uma provável “punição” caso não exista autocon­trolo. Por exemplo, muitos compulsivos sexuais pro­curam ajuda quando veem a sua relação conjugal em risco. Nestes casos podemos sugerir que andem sem­pre acompanhados por um objeto com uma simbologia emocional muito forte que os faça recordar da família», defende o sexólogo Fernando Mesquita.

APESAR DE O AUTOCONTROLO ser geralmente visto como sinónimo de força de vontade e poder interior, muitos investigadores defendem que pode ser definido como a manipulação que fazemos do ambiente à volta, de for­ma a alterar o nosso comportamento em função de uma consequência. Porque, segundo vários investigadores, o autocontrolo não é o forte do ser humano. No caminho para o trabalho, juramos que não vamos perder tempo no Facebook, mas quando nos sentamos à secretária é a primeira página que abrimos. Numa saída à noite, pro­metemos que não vamos beber demasiado, mas no fim da noite não temos outro remédio senão chamar um táxi porque não estamos em condições de conduzir. Claro que podemos e devemos tentar encontrar recom­pensas que possam ajudar-nos a fazer o que está certo, ter monólogos interiores para nos relembrarmos das consequências de uma má escolha, mas muitas vezes nada disto é suficiente. E isso tem levado muitos a contar com a tecnologia para se obrigarem a cumprir promes­sas e a ter maior controlo sobre si próprios.
A SelfControl, por exemplo, é uma aplicação grátis através da qual é possível bloquearmos durante um certo período de tempo o nosso próprio acesso aos sites que achamos que nos distraem. Enquanto o tempo estipulado não acabar, será impossível aceder ao que lis­támos como os buracos negros da nossa produtividade: nem apagar a aplicação ou reiniciar o computador re­sulta. Ficamos reféns da escolha que fizemos.
Nos EUA, a tecnologia e o software para nos obrigar­mos a ser pessoas melhores tem vendido como pãezi­nhos quentes: despertadores com rodas que se movem pelo quarto, obrigando-nos mesmo a sair da cama pa­ra os desligar; bloqueadores da ignição do automóvel li­gados a um alcoolímetro que só deixam o carro traba­lhar se estivermos em condições para conduzir; aplica­ções que bloqueiam as chamadas do telemóvel depois de uma noite de copos; software que não permite que o cartão de crédito funcione uma vez atingido um cer­to plafond. Conhecedores da nossa fraqueza, aqueles que somos hoje, agora, longe da tentação, tomam precauções contra o que previsivelmente seremos daqui a pouco ou amanhã, quando nos depararmos com a dita e estivermos prontos a ceder.
Nada disto implica que a espontaneidade seja per­dida ou que não nos deixemos tomar pelos impulsos quando isso faz sentido. Até porque ser excessivamen­te rígido e racionalizar de mais pode ser tão negativo como ser demasiado impulsivo. «Temos de encontrar uma espontaneidade saudável que permite satisfazer a nossa procura por prazer, mas que tem em considera­ção os resultados das nossas ações. E devemos afastar-nos dos extremos», aconselha Diogo Guerreiro. Não se trata de escolher entre uma coisa ou outra, mas antes de saber equilibrá-las e tirar partido de cada uma na al­tura certa. «É como nos carros: o que é melhor, o travão ou o acelerador?»

Fonte: Notícias Magazine, por Sofia Teixeira

O que sempre soube das mulheres...


... MAS TIVE À MESMA DE PERGUNTAR

Tratam-nos mal, mas querem que as tra­temos bem.

Apai­xonam-se por se­rial-kil­lers e de­pois queixam-se de que nem um pos­ta­linho. 

Es­crevem que se de­su­nham. 

Fingem acre­ditar nas nossas men­tiras desde que te­nhamos graça a pregá-las. 

Aceitam-nos e to­leram-nos porque se acham su­pe­ri­ores. São su­pe­ri­ores. 

Não têm o gene da violência, em­bora seja me­lhor não as pro­vo­carmos. 

Per­doam fa­cil­mente, mas nunca es­quecem. 

Bebem ci­cuta ao pe­queno-almoço e des­tilam mel ao jantar. 

Têm uma ca­pa­ci­dade de en­trega que até dói. São óptimas mães até que os fi­lhos fazem 10 anos, de­pois perdem o norte. 

Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já de­pende. Têm dias. Têm noites. 

Con­se­guem ser tão cal­cu­listas e mal­dosas como qual­quer homem, só que com muito mais nível.

In­ven­taram o telemóvel ao vo­lante. 

São co­ra­josas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. 

Fazem-se de parvas porque o se­guro morreu de velho e estão muito es­cal­dadas. 

Fazem-se de ino­centes e (mi­lagre!) por esse acto de von­tade tornam-se mesmo ino­centes. 

Nunca perdem a ca­pa­ci­dade de se des­lum­brarem. 

Riem quando estão tristes, choram quando estão fe­lizes. 

Não com­pre­endem nada. Com­pre­endem tudo. 

Sabem que o corpo é pas­sa­geiro. Sabem que na vi­agem há que tratar bem o pas­sa­geiro e que o amor é um bom fio con­dutor. 

Não são de con­fiança, mas até a mais in­fiel das mu­lheres é mais leal que o mais fiel dos ho­mens.

São tra­madas. Comem-nos as papas na cabeça, mas de­pois levam-nos a co­lher à boca. 

A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jan­ta­rada de amigos – elas quando jogam é para ga­nhar. 

E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. 



Acre­ditam no Amor com A grande mas, 
para nossa sorte, 
con­tentam-se com pouco.



Autor: Rui Zink

VEJA TAMBÉM:

- Esposa ou amante?
- Mulheres que afastam os homens
- Elas preferem os "Bad Boys"?

SEXISMO



Sexismo - "Formas de comportamento e ideologias nas quais são atribuídas determinadas disposições e capacidades a indivíduos ou grupos simplesmente por causa do sexo a que pertencem. Trata-se de uma forma de discriminação, que conduz à subalternização, à marginalização ou mesmo à exclusão de pessoas ou grupos com base no seu sexo. Resulta, no fundo, da tendência para estabelecer estereótipos pretensamente fundamentados na Biologia, reflete a forma como o poder é distribuído e quais os grupos com acesso ao discurso definidor de identidades.Então, sexismo é basicamente o conjunto de teorias e ações que favorecem um gênero – ou mesmo uma orientação sexual – em detrimento a outro. Como vivemos em um mundo predominantemente machista, o vocábulo quase sempre possui a mesma conotação." 



Então, sexismo é básicamente o conjunto de teorias e ações que favorecem um género - ou mesmo uma orientação sexual - em detrimento a outro. Como vivemos num mundo predominantemente machista, o vocábulo quase sempre possuí a mesma conotação.

Mas são tantos e tantos anos de paradigmas e estereótipos que se formaram, uma cultura inteira sedimentada por preconceito e intolerância. E de quem é a culpa?

Questões como essas não são novidade entre sociólogos e não estamos nem perto de solucioná-las, o processo de transformação é lento e o choque entre opiniões que divergem entre si é inevitável.

Embora a mulher tenha conquistado cada vez mais seu espaço e importância na sociedade, se comparada a algumas décadas atrás, ainda é muito pouco. Ela já pode votar, já assumiu cargos importantes dentro de grandes corporações, já virou até presidenta, mas ainda assim, não recebe o mesmo tratamento que um “homem”. 

Se ela não está disposta a sair com alguém, é tachada de difícil, por outro lado, se ela toma a atitude é considerada desesperada e “fácil”. Além disso, o machismo não é prejudicial somente para as mulheres, ele constantemente serve para avaliar o “homem de verdade”, o viril, o alpha, tanto que se você parar para pensar, a maioria de xingamentos que servem para desmoralizar um individuo do sexo masculino estão associados a sua sexualidade.













Fonte: Minilua


VEJA TAMBÉM:
- Brinquedos para meninos e meninas




Dr. Fernando Eduardo Mesquita

Psicologia Clínica / Sexologia Clínica
Terapia Cognitivo Comportamental / Terapia EMDR

Avenida Elias Garcia, 137, 4º
1050-099 Lisboa
Tel: 969091221
Tel: 213145309

Avenida Almirante Reis, 186 R/C Esq.
1700-093 Lisboa
Tel: 969091221
Tel: 218477024
Exibir mapa ampliado

Menina de 8 anos morre na lua de mel




Menina de oito anos morre após lua de mel com marido de 40

Uma criança de oito anos morreu no último sábado, no Iêmen, após a lua de mel com o marido de 40 anos. Segundo os médicos, a menina, identificada como Rawan, teve hemorragia causada por ferimentos internos no útero. A morte aconteceu na área tribal de Hardh, na fronteira com a Arábia Saudita. Ela teria sido vendida pelo padrasto para um saudita por cerca de R$ 6 mil, segundo o jornal alemão “Der Tagesspiegel”.

Na noite de núpcias e após a relação sexual, ela sofreu hemorragia e ruptura uterina, que causaram sua morte - disse Arwa Othman, da Casa de Folclore do Iêmen à Reuters. - Eles a levaram para uma clínica, mas os médicos não puderam salvar sua vida.

Ativistas de direitos humanos pressionam para que o saudita e a família da menina sejam responsabilizados pela morte.

Após este caso horrível, repetimos nossa exigência para uma lei que restrinja o casamento para maiores de 18 anos - afirmou um membro do Centro Iemenita de Direitos Humanos à agência dpa.

Casamentos de meninas do Iêmen chamaram a atenção internacional em 2010, quando uma jovem de 13 anos morreu de hemorragia interna depois de ter tido relações sexuais com o marido que tinha o dobro de sua idade. O caso inspirou uma outra menina iemenita, de nove anos, a publicar um relato traduzido sobre seu casamento com um homem de três vezes sua idade.

A ONG Human Rights Watch, sediada em Nova York, fez um apelo no ano seguinte para que o governo proibisse o casamento de menores de idade no país. Citando dados das Nações Unidas, o Human Rights Watch afirma que cerca de 52% das meninas no Iêmen se casam antes dos 18 anos, e 14% antes dos 15. Muitas delas são forçadas a parar de estudar quando atingem a puberdade.


Fonte: O Globo





Tradução do Video:

Salaam Alaikum. Misericórdia de Deus e benção sobre vós. Olá a todos vocês. Eu gostaria de agradecer Mukhtar Al-Sharafi and Amal. Eu gostaria de agradecer todos os jornalistas e vocês também. 

É verdade que eu fugi da minha família. Eu não posso mais viver com eles. Basta. Quero ir morar com meu tio.

O que aconteceu com a inocência da infância? O que as crianças fizeram de errado? Por que casá-las assim?

Eu consegui resolver meu problema, mas algumas crianças inocentes não podem resolver os problemas delas.

E elas podem morrer, cometer suicídio ou fazer qualquer coisa que venha à suas mentes. São apenas crianças! O que elas sabem? Elas não tem tempo para estudar, ou qualquer coisa.

Não é nossa culpa. Eu não sou a única. Pode acontecer com qualquer criança. Existem outros casos como esse. Algumas crianças decidiram se jogar no mar. Estão mortas agora. Isso não é normal para uma infância inocente. 

É verdade que eu fugi para o meu tio. Mas ele não estava em sua casa. Então eu liguei para a Abd AL-Jabbar para vir me buscar. Abd Al-Jabbar me enviou uma mulher para eu viajar com ela de volta até Al-Hudaydah. Quando meu tio ficou sabendo de tudo, ele veio até mim. Eu apresentei a polícia uma queixa contra minha mãe. Disse a eles que tenho 11 anos e minha mãe queria que eu me casasse. Eu teria tido uma vida, sem educação. Eles não têm nenhuma compaixão? Que tipo de educação eles tiveram? 

É melhor morrer, prefiro morrer. 

Prefiro viver com meu tio do que com essas pessoas. Eles ameaçaram me matar se eu fosse com meu tio. Que tipo de pessoas ameaçam suas crianças assim? Você ficaria feliz em me casar contra a minha vontade? Vá em frente e me case. Vou me matar, assim. Não vou voltar a morar com eles. Não vou. Destruíram nossos sonhos. Destruíram tudo dentro de nós. Não há mais nada. Isso não é educação. 

Isso é crime, simplesmente crime. 

Minha tia materna tinha 14 anos. Ela aguentou um ano com seu marido, e então ela colocou gasolina sobre si e colocou fogo em si mesma. Morreu. Ele iria bater nela com um metal. Ele iria ficar bêbado. Isso faria você feliz em forçar a me casar? 

Minha mãe, minha família, acredite no que digo: Estou farta de vocês. Vocês arruinaram meu sonhos.


Lidar com o MEDO




O clima do planeta pode ter desandado de vez, com consequências terríveis para a humanidade. A inflação pode voltar e levar o seu dinheiro. Você pode apanhar da polícia – ou ser incendiado por black blocs. Pode pegar gripe suína e morrer em dias. Os agrotóxicos da comida podem estar envenenando você. O seu avião pode cair. Você pode ser rejeitado. Fracassar na vida. Aquela dorzinha na barriga… pode ser câncer. E, pior ainda, tudo isso pode acontecer com as pessoas que você mais ama. Nunca houve tantos motivos para sentir medo. E isso está nos afetando. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, 20,8% das pessoas têm transtorno de ansiedade, ou seja, passam o tempo inteiro com medo de alguma coisa (pois a ansiedade nada mais é do que medo antecipado, de algo que pode ou não ocorrer). É dez vezes mais do que na década de 1980. Mesmo que você não seja uma delas, certamente já se sentiu incomodado por algum tipo de medo. Ele se tornou o maior problema psicológico do nosso tempo – e virou parte do dia a dia de todo mundo.


Nós só estamos aqui, afinal, porque nossos antepassados eram medrosos e viviam fugindo do perigo. O cérebro humano evoluiu para ser extremamente sensível a ele. Mas isso aconteceu há milhares de anos, quando a vida era muito diferente. Hoje, a quantidade de situações e estímulos que podem nos causar receio é incalculavelmente maior. Daí a explosão de medo na cabeça das pessoas. Não precisa ser desse jeito.

O cérebro humano quase triplicou ao longo da evolução. Passou de 600 cm3 no Homo habilis (há 2 milhões de anos) aos 1.400 cm3 do Homo sapiens, 150 mil anos atrás. Nossa massa cinzenta foi crescendo e ganhando camadas, cada uma mais complexa que a anterior, até chegar ao neocórtex – sua parte mais externa, enrolada como uma linguiça, responsável por funções mentais como pensamento e linguagem. Tudo o que você tem de racional está ali. Só que mais para dentro, no miolo do cérebro, existe outra coisa: o chamado sistema límbico. É uma parte mais primitiva, que coordena reações instintivas. Seu pedaço mais importante é a amígdala, que detona as sensações de medo. “Você está caminhando por um bosque, vê uma cobra, se assusta e imediatamente pula para trás, sem sequer pensar a respeito. A amígdala é a responsável por essa resposta”, explica Raül Andero, neurocientista da Emory University, nos EUA. Como as cobras eram um perigo constante para nossos ancestrais, a evolução moldou o cérebro para ter medo delas. Prova disso é que macacos criados em laboratório, que nunca viram uma cobra, se assustam se forem colocados diante de uma (em compensação, se eles tiverem a amígdala retirada, deixam de sentir todos os tipos de medo). Os medos são disparados pela parte primitiva do cérebro.



Quando você anda pela rua pensando nas férias, o seu cérebro avançado está decidindo para onde quer viajar. Mas o cérebro instintivo, sem que você perceba, também está a todo o vapor, de olho nas ameaças imediatas (um buraco no chão, por exemplo). Os dois são interligados, se comunicam, influenciam um ao outro. Por isso, os psicólogos preferem dividir a mente em dois sistemas: o Sistema 1 e o Sistema 2. Cada um é um conjunto de processos mentais envolvendo várias regiões do cérebro.

O Sistema 1 é intuitivo, rápido, emotivo, inconsciente, automático. Sabe aquele pressentimento que você tem quando conhece alguém? É o Sistema 1 em ação. Ou quando volta para casa de forma automática, sem precisar relembrar o caminho? Sistema 1. Tudo o que você faz sem pensar – inclusive sentir medo – é obra do Sistema 1. Já o Sistema 2 é o contrário: ele é o pensamento, lento, consciente, racional. A sua consciência mora dentro dele. “Mas o Sistema 1 é o autor secreto de muitas escolhas e julgamentos que você faz”, explica o psicólogo israelense Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia e autor de Rápido e Devagar, livro que discute a relação entre os dois sistemas.

O Sistema 1 é essencial para a sobrevivência. É o instinto que nos permite reagir rapidamente a ameaças – seja uma cobra ou um ônibus que avança sobre a faixa de pedestres bem na hora que você está atravessando. O problema é que o Sistema 1 usa regras rudimentares, muitas vezes erradas, para dosar o medo que vamos sentir das coisas. Por exemplo. Quanto mais você se lembra (ou é lembrado) de uma ameaça, mais medo o Sistema 1 produzirá, independente do real perigo envolvido. E ele também é fortemente influenciado pelo medo que outras pessoas sentem (medo é contagioso). Tudo isso nos leva a receios exagerados e errados.

Após os atentados de 11 de Setembro, por exemplo, os americanos ficaram com medo de andar de avião. Muito mais gente decidiu viajar de carro. E, por isso, morreram 1.600 pessoas a mais em acidentes de trânsito nos EUA ao longo de um ano. Avião era, e é, estatisticamente muito mais seguro do que carro. Só que as pessoas se lembraram dos atentados, que tinham sido exaustivamente mostrados pela imprensa, e tomaram a decisão errada. Se tivessem superado o medo, e andado de avião, praticamente todas estariam vivas. “Temos pavor de morrer de repente, junto com outras pessoas”, diz o psicólogo Gerd Gigerenzer, do Instituto Max Planck, na Alemanha, que analisou números fornecidos pelo Ministério dos Transportes dos EUA. “Aí tomamos a decisão errada, e pulamos da frigideira para o fogo.

Há inúmeros exemplos assim, de medo irracional. Como a mãe que tem medo que seu filho fume maconha, mas não vê problema se ele encher a cara – sendo que o álcool é comprovadamente mais prejudicial à saúde. A pessoa que tem medo de usina nuclear, mas adora ir à praia se expor à radiação solar, algo muito mais arriscado (só o Brasil registra 120 mil casos de câncer de pele por ano). E você tem mais medo de diabetes, aids, ou acidentes de trânsito? No Brasil, a aids (71%) e os acidentes (58%) lideram com folga. E a diabetes nem é citada em pesquisas sobre temores. Mas, pensando racionalmente, é dela que você deveria ter mais medo: em 2010, essa doença matou 54 mil brasileiros, o mesmo que os acidentes de trânsito (42 mil) e a aids (12 mil) somados. Ocorre que os acidentes aparecem todo dia na TV e nos jornais. E o que você acha que terá mais destaque na imprensa, uma celebridade morrer de diabetes ou de aids?

A mídia escolhe as coisas para chamar sua atenção. E as coisas que mais chamam a atenção do cérebro são, justamente, as que mais assustam.

E esse medo nunca foi tão forte. Nunca estivemos tão ligados uns aos outros, mas, ao mesmo tempo, nunca sentimos tanto medo de não sermos aceitos. Você já deve ter percebido isso quando postou alguma coisa nas redes sociais – e imediatamente ficou ansioso sobre quantos likes aquilo iria ter ou deixar de ter. Um estudo feito pela agência de publicidade JWT com 1.270 americanos e ingleses constatou que 40% dos usuários do Facebook têm medo de não serem incluídos nas conversas online dos amigos. “O mundo exige cada vez mais de nós. Não conseguimos nos desconectar, e aí sentimos mais ansiedade”.

Políticos espalham temores para arrebanhar votos, jornalistas faturam em cima de catástrofes, biólogos citam vírus letais quando querem obter fundos para desenvolver vacinas… Todo mundo propaga o medo. Mas não faz isso só por maldade ou interesse próprio. “Se eu disser que há uma doença mortal se espalhando na sala onde você está, você sairá dela mesmo sem saber se é verdade. E vai avisar as outras pessoas”, diz Lindstrom. “Milhares de anos atrás, também espalhávamos a notícia de uma planta venenosa, porque isso aumentava a chance de sobrevivência do grupo.” Ou seja: conforme cada pessoa absorve mais medo, ela também se torna propagadora, espalha esse medo para os outros. É uma reação instintiva.

Ok, sentimos cada vez mais medo porque nosso pobre cérebro é imperfeito – e o mundo moderno explora seus defeitos como nunca.

Em situações normais, como no cinema ou no parque, a parte avançada do cérebro permanece no comando. Você se diverte porque mantém o controle. O seu instinto de medo é ativado, mas a consciência sabe que não se trata de um perigo real. Então acontece uma descarga de adrenalina acompanhada de dopamina – neurotransmissor associado ao prazer. E você sente aquele gostoso friozinho na barriga.



Mas, em situações de perigo real, como um assalto, isso não acontece. A amígdala passa por cima de todo o resto e impõe um temor incontrolável. Quando alguém desenvolve medo crônico, fobias ou transtorno de estresse pós-traumático, situações cada vez mais comuns no mundo moderno, a amígdala fica disparando o tempo inteiro. “Por isso, a pessoa apresenta grande ansiedade no dia a dia”, explica o neurocientista Raül Andero, da Universidade Emory. Já estão sendo criados medicamentos que podem aliviar ou suprimir o medo (mais sobre isso daqui a pouco), mas, na maioria dos casos, a principal solução é terapia. Não só a terapia feita em consultório. Há coisas que você mesmo pode fazer.
A principal delas se chama Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ela nos ensina a mudar os pensamentos ruins que ficam estimulando a amígdala e gerando ansiedade. “A forma como pensamos influencia a maneira como sentimos. Portanto, mudar o modo como pensamos pode mudar como nos sentimos”, resume o psiquiatra Aaron T. Beck, pai da TCC, no livro The Anxiety and Worry Workbook (“O Manual da Ansiedade e da Preocupação”, inédito no Brasil). Se antes da entrevista de emprego você pensa “Não tenho ideia do que dizer; eles acharão que sou um idiota”, vai se sentir tenso e ansioso. Mas se em vez disso você pensar “Estou bem preparado para a entrevista e vou causar uma boa impressão”, ficará mais calmo e confiante. Pode parecer banal, mas funciona. Tem efeitos neurologicamente comprovados.

A psicanálise e diversas outras terapias também têm se mostrado eficientes para lidar com o medo e a ansiedade. O sucesso não depende da linha terapêutica em si, até porque tudo depende da relação entre o terapeuta e o paciente. Mas existe uma condição básica para que uma terapia dê certo. “O bom atendimento é aquele que não se limita a combater os sintomas. É o que procura entender a causa do problema no cotidiano de cada pessoa”, diz o psicólogo Luís Fernando Saraiva. Faz sentido: você pode tomar calmantes para dormir. Mas se não entender o que está tirando seu sono, pouco adianta.

A maioria de nós passa por algum trauma na vida – assalto, sequestro, acidente, desastre natural, abuso ou a perda repentina de alguém querido. E cerca de 10% dos que vivem um trauma (até 14% no caso das mulheres) vão desenvolver o chamado Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Eles revivem a cena em pesadelos e flashbacks aterradores. Sentem tanto medo que chegam a se isolar do convívio social. Muitos conseguem se curar total ou parcialmente com terapia. Mas algumas pessoas nunca se recuperam. Nesses casos, a grande promessa são os estudos voltados à prevenção do medo. Eles buscam evitar que a emoção negativa seja gravada no cérebro. Fazendo pesquisas em ratos, cientistas descobriram que injeções de substâncias como cortisol reduzem a chance de sofrer os transtornos. Cortisol é o hormônio do estresse. Quanto mais estresse você tem, mais a memória é fixada. No entanto, por um motivo que ainda não é bem compreendido, tomar uma grande dose de cortisol reduz a fixação do trauma.

MEDO DE PERDER AS PESSOAS QUE AMA

O que fazer – Apelar à razão.
Como – É o maior medo social dos brasileiros. Esse receio está enraizado no cérebro humano (pois a espécie é extremamente social, depende da família e do grupo). Não temos como eliminá-lo, mas podemos aprender a conviver com ele. Sempre que você sentir esse temor, lembre-se: ele é inútil, pois não ajuda em nada a proteger quem você ama. E pode atrapalhar a relação entre vocês.

MEDO DA SOLIDÃO

O que fazer – Ficar um dia offline. Ou terapia sistêmica.
Como – Experimente ficar um dia inteiro quietinho, sem falar com nenhum amigo via Facebook, WhatsApp e coisas do tipo. Você verá que a solidão não é tão assustadora quanto parece. Para casos mais intensos, pode valer a pena procurar um psicólogo especializado em terapia sistêmica (linha de análise que estuda a pessoa a partir das relações que ela tem com outras).

MEDO DE LEVAR PÉ NA BUNDA
O que fazer – Mudar o foco.
Como – Ter medo de ser largado pela pessoa amada é uma profecia autorrealizável: quanto mais medo você sente, mais paranoico fica, sem aproveitar os momentos bons a dois. Vira uma pessoa chata – e acaba afastando o outro. Faça de conta que o medo não existe, por mais absurdo que isso possa parecer. Dá resultado.

MEDO DE PERDER O EMPREGO OU FICAR SEM DINHEIRO

O que fazer – Terapia cognitivo-comportamental.
Como – Mentalize o contrário do que dá medo. Sempre que lhe ocorrerem coisas do tipo “vou ser demitido” ou “meu chefe me odeia”, pense em frases contrárias – como “sou bem preparado” e “meu trabalho tem valor”. Pode parecer simplório, mas tem efeito comprovado – e poderoso – sobre o cérebro.

VIOLÊNCIA

Sim, você pode sofrer violências terríveis. mas não faz sentido antecipá-las.

MEDO DE CRIME

O que fazer – Ignorar estímulos negativos.
Como – Já reparou como a TV e os jornais estão cheios de notícias sobre violência? É que esse tipo de coisa ativa a parte primitiva do cérebro – e tem um poder fortíssimo de chamar sua atenção. Mas também faz você sentir que o mundo é mais violento do que realmente é. Evite consumir esse tipo de informação.



Você quer fugir das suas fobias. Mas, para se libertar, tem de abraçá-las.
CRISES DE PÂNICO
O que fazer – Respirar… e buscar ajuda.
Como – Ataque de pânico é uma manifestação extrema de medo, que requer ajuda de um especialista. Há algumas terapias que fazem efeito – como a hipnose, que auxilia o indivíduo a sair do pânico aproveitando os próprios recursos mentais.
MEDO DE ALTURA, INSETOS, LUGARES FECHADOS/LOTADOS
O que fazer – Dessensibilização.
Como – O segredo é se expor gradualmente à situação ou ao objeto ameaçador. Se você tem medo de barata, por exemplo, baixe algumas fotos do inseto na internet, salve no seu computador e se obrigue a olhar uma por dia. Você verá como o medo diminui (quando estiver mais confiante, aumente a exposição – veja um vídeo de baratas no YouTube). A mesma técnica vale para situações como medo de altura e de lugares fechados. Procure se expor um pouco a eles. Mas, nesses casos, leve um amigo junto.
MEDO DE DIRIGIR
O que fazer – Dessensibilização.
Como – O segredo é enfrentar, mas aos poucos. Experimente começar dirigindo aos domingos, quando há menos trânsito, levando um amigo junto. Se você sofreu um acidente e ficou com trauma, vale a pena procurar um analista ou instrutor (há autoescolas especializadas em gente com medo de guiar).
MEDO DE DOENÇA
Todos vamos morrer. Alguns, com sofrimento. Mas isso não é relevante.
MEDO DE ADOECER
O que fazer – Não dar ouvidos à internet.
Como – Se você entrar no Google e começar a pesquisar sintomas, com certeza vai terminar achando que aquela coceira no seu braço esquerdo é sinal de um câncer incurável. Desconfie das coisas escritas na internet (mesmo em fontes confiáveis, pois o que elas dizem não necessariamente se aplica a você). Nada melhor do que marcar uma consulta médica para esclarecer tudo e acabar com as preocupações.
MEDO DE SOFRER
O que fazer – Aceitar. Ou análise.
Como – Todo mundo tem esse medo. É normal. Se ele for muito intenso, e ocupar grande parte do seu tempo, pode valer a pena fazer psicanálise – que tentará encontrar as raízes do temor. Outra opção é o psicodrama, técnica que trabalha as vivências da pessoa por meio de dramatizações, como se fosse uma peça de teatro.

Fonte: Mega Arquivo
VEJA TAMBÉM:
- NOMOFOBIA
- MEDOS E FOBIAS SEXUAIS
- FOBIAS, FILIAS & OUTRAS COMPANHIAS...