Porque se é Homossexual?

Não sabemos qual é a causa da homossexualidade, como não sabemos qual é a causa da heterossexualidade ou da bissexualidade. De facto, quer os investigadores, quer os próprios homossexuais continuam a perguntar-se porque se é homossexual. Questão bizarra no actual quadro em que a mera enunciação da questão pode querer significar que se trata de uma particularidade mais interessante ou rebuscada que outro qualquer devir sexual.
A dúvida mais persistente tem a ver com a causalidade da orientação sexual, pois se esta for apenas biogenética, terá de ser retirada da lista de “pecados” da religião (logo mutável) e passar para a categoria de “doença”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Seria interessante discutir neste âmbito a perspectiva patologizante do modelo psicanalítico face à homossexualidade. A ideia da orientação homossexual como uma patologia, ainda amplamente considerada na sociedade, não será legitimada pela perspectiva psicanalítica e pelas suas visões da sexualidade assentes nos canones arcaicos da mentalidade burguesa do início do século XX e pela rigidez dos papéis de género da época?
Aqui fica a proposta.

Anónimo disse...

Olá,
Muitos parabéns por este site que considero excepcional, mas, infelizmente, muito pouco, ou mesmo nada divulgado. -Que pena!
Gostaria de me apresentar como um investigador por conta própria.
O que tenho apurado até agora é que a homossexualidade está presente em todos os homens. Acredito que, pelo menos nos homens, a primeira sexualidade a consciencializar-se é, precisamente, a homossexualidade e que só mais tarde é que uns se maturam numa heterossexualidade ou numa homossexualidade assumida. É a homossexualidade que dá uma segurança ao homem, que quando se olha no espelho gosta do que vê e fantasia e masturba-se com o reflexo da sua própria imagem. Estou muito confiante nesta minha teoria e que no futuro outros irão descobrir a veracidade destas afirmações. Depois temos os factores biológicos. A próstata é um órgão que estimulado proporciona grande prazer ao homem, mas a próstata só pode ser alcançada por penetração anal. "O pénis foi feito para a vagina", afirmam os extremistas com a sua aversão à homossexualidade. No entanto, se assim fosse, o pénis não necessitaria de ser maior que alguns centímetros. O facto é que não há homem que não vibre ao contemplar um grande pénis e isso é uma reacção inconsciente de excitação primária. O prazer que um grande pénis pode proporcionar a um homem é, de longe, muito superior aquele que pode proporcionar a uma mulher. Cada vez mais mulheres se queixam que os seus parceiros desejam penetrá-las no ânus, e cada vez mais homens tentam entusiasmar as suas parceiras para penetrá-los com vibradores, dildos, etc.
Ficam assim algumas ideias de estudos meus, pessoais. Gostaria que dissessem o que pensam, o que acham, mesmo se completamente discordam desta revolução.
Gostaria que os sexólogos fossem mais activos nesta sociedade Portuguesa tão homófoba. Foi muito difícil descobrir este site. Um grande abraço a todos. Paulo

Anónimo disse...

ao anónimo de 28/02:
posso dizer que é interessante nas suas conclusões e estudos pessoais e que concordo consigo na medida em que vai ao encontro das minhas perspectivas sobre este assunto pois interesso-me, como sociologo, por esta area, sou bisexual e tenho procurado respostas, revejo-me no exemplo dado do expelho e da estimulação prostática, mas posso acrescentar que os maiores e melhores orgasmos que tive foram/são com a minha companheira e c/ a anterior namorada; discordo somente no ponto em que dá a ideia que "todos ou maioria" dos homens são homosexuais na sua essência, acho mesmo que são uma minoria. Sobre o lesbianismo está pouco retratado neste site, assim como nos sites Lgbt.

Cumprimentos, saude e bom trabalho, espero ter acrescentado algo.

Hugo Nunes

Dr. Fernando Mesquita disse...

Olá amigos,

muito obrigado pelos vossos comentários. Sem dúvida que são interessantes as vossas perspectivas.

Segundo estudos estatisticos a percentagem de homens gays é de aproximadamente 7% e mulheres lésbicas é de 3/4%. Claro que será sempre um valor aproximado e não exacto, já que devido a certos condiconalismos, que estes estudos têm, nunca poderemos encarar como verdades absolutas (por exemplo: como estes estudos são, geralmente, feitos por questionários permite que as pessoas não respondam totalmente a verdade). Para além deste facto, não podemos esquecer que nem tudo é branco ou preto, e na paleta da sexualidade existe toda uma variedade de cores. Quero com isto dizer que podem existir diversas homossexualidades/heterossexualidades, e formas de viver e lidar com as mesmas. Não devemos esquecer os estudos de Kinsey e da sua escala de orientação sexual.

Espero voltar a falar sobre este assunto e se possível contaria com a vossa colaboração.

Obrigado