Embora existam casos em que pode ocorrer aos 35 ou aos 65 anos, frequentemente é por volta 40-50 que alguns homens passam por aquilo a que se chama de “crise de meia-idade” ou “andropausa”, por analogia à menopausa na mulher. A diferença fundamental entre a andropausa e a menopausa é que não afecta todos os homens, ao invés da menopausa que atinge todas as mulheres após uma certa idade.
O envelhecimento é um processo normal mas que torna as pessoas mais vulneráveis. O aumento do índice de depressões, nos homens, entre os 35-55 anos, normalmente está associado a sentimentos de juventude perdida e de que já não se é atraente. Alguns homens começam a sentir que as ambições que tinham na juventude não foram realizadas e que a sua idade actual já não lhes permitirá vir a realizar algumas delas. Surgem então dúvidas e críticas do tipo “já estou a meio da minha vida e não conquistei o que queria …”.
Alguns homens perante esta situação ficam deprimidos. Outros agem de forma diferente – começam a ter mais cuidado com o seu aspecto físico, investem grande parte das suas economias em gastos supérfluos ou têm alguns comportamentos estereotipados da juventude (por exemplo praticar desportos radicais ou ir a bares e discotecas até altas horas da noite). Em algumas situações pode existir uma reorientação da sua sexualidade para pessoas mais novas, como forma de negação de que já não se tem tanta energia, nem se é tão atraente, como em jovem.
Esta é, também, a altura em que se começa a sentir uma deterioração na saúde física. Embora os homens não experimentem as alterações físicas mais visíveis que afectam as mulheres na menopausa, todavia, passam por um processo de declínio gradual dos níveis de testosterona. A testosterona é uma hormona produzida pelos testículos e, em menor grau, pelas glândulas supra-renais, e é responsável pelos níveis de energia, desejo sexual e, acima de tudo, pela rigidez da erecção. Os níveis de testosterona começam a baixar por volta dos 50 anos, mas só alguns homens ficam com níveis abaixo dos considerados normais. A diminuição dos níveis de testosterona pode causar uma diminuição do desejo sexual, redução da força muscular, aumento da gordura corporal e tornar os homens mais susceptíveis a alterações de humor e irritabilidade (causadora de muitas discussões na familia, nesta fase). A par do decréscimo destas capacidades, existem outras situações perturbadoras como é o caso do stress, da perda de interesse pela parceira, depressão, viuvez, ausência de parceira e os preconceitos culturais.
O envelhecimento conduz a diversas alterações fisiológicas: a excitação torna-se mais lenta, a erecção mais progressiva, o período de latência entre duas relações mais prolongado, que anteriormente. Alguma da medicação que é habitual nesta idade, também tem efeitos secundários sobre a libido ou sobre as capacidades sexuais. No entanto, tudo isto não significa que as reacções sexuais no homem deixem de existir.
Existem tratamentos especificos para ajudar os homens a lidarem com estas dificuldades. No entanto, importa referir que o maior entrave a um possível tratamento é o próprio homem que receia pedir ajuda a um especialista (endocrinologista; andrologista, urologista, médico de família, sexólogo, psicólogo).
Algumas considerações
Para muitos homens constatar que a sua virilidade está em declínio tem um peso muito grave. Porém é possível “combater contra algumas das maleitas do envelhecimento”, eis uma lista de coisas que pode começar já a fazer (quanto mais cedo melhor):
- opte por um estilo de vida saudável – através de uma dieta equilibrada e a prática de exercício físico regular;
- tenha noção de que a idade afecta as erecções - não espere uma erecção tão forte aos 40 anos como tinha aos 18;
- recorra a técnicas de auto-afirmação cuidando da sua aparência;
- ocupe parte do seu dia fazendo actividades que lhe dão prazer;
- combata as ideias preconcebidas em relação ao envelhecimento - aprenda a procurar a beleza individual para além da física;
- diminua o consumo de bebidas alcoólicas - uma bebida dá-lhe coragem, outra solta as suas inibições, mas, muitas vezes a terceira já lhe causa dificuldades de erecção;
- não fume - o consumo de tabaco e a disfunção eréctil andam muitas vezes de “mãos dadas”
- evite o stress.
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