A procura de formas para
despertar o desejo, melhor a performance,
ou exacerbar o prazer sexual, é uma história que se tem repetido ao longo dos
anos nos “quatro cantos do mundo”. Desde rituais e oferendas a Deuses, passando
por poções mágicas e supostas pílulas milagrosas, tem-se procurado encontrar
algo que aumente miraculosamente o desejo, a excitação, a capacidade sexual e
as sensações de prazer sexual.
O recurso a drogas, sintéticas ou naturais, não é
exceção a este fenómeno, mas vejamos alguns exemplos e suas consequências.
Álcool
O recurso a bebidas alcoólicas é
um dos desinibidores mais conhecidos. Enquanto usado em doses pequenas, o
álcool pode ter um efeito psicológico positivo e por isso ser considerado um
afrodisíaco, pois permite relaxar, atenuar as inibições e estimular a fantasia. Os
problemas surgem quando se abusa cronicamente porque o álcool pode ser um
travão da sexualidade diminuindo a capacidade de excitação e de prazer. Estas
dificuldades manifestam-se através da Disfunção Erétil no homem e dificuldades
de lubrificação na mulher. O excesso de álcool faz com que o sangue em vez de
ir para os genitais, seja dirigido para o sistema gastrointestinal e para a
cútis, que causa o conhecido ruborizado quando se bebe em excesso.
Heroína
As moléculas de opiáceos como a
morfina, a metadona, mas sobretudo a heroína, ligam-se ao cérebro nos mesmos recetores
que “as moléculas de bem-estar”, as endorfinas.
A heroína é muito mais potente
que a endorfina natural e leva a uma diminuição dos recetores destas moléculas.
Assim, não só se aumenta a dose de droga, mas também impede que as endorfinas
naturais dêem prazer. Com o prolongar desta pratica, além do resto, os opiáceos
inibem a produção de hormonas sexuais pelo próprio organismo. A heroína provoca
ausência de Desejo Sexual a curto prazo, enquanto a longo prazo pode provocar
Disfunção Eréctil, problemas de orgasmo, ejaculação e fertilidade.
Cocaína
A cocaína age, ao contrário,
sobre uma outra “molécula do prazer”, a dopamina, um neuro-transmissor cujos
efeitos são a promoção e depois a atuação do comportamento sexual. A dopamina
desperta a procura de novidade, de novos estímulos e aventuras, e a cocaína
acelera a sua utilização. Numa primeira fase, pode, portanto, ser um potente estimulante
sexual mas, uma vez que a dopamina disponível foi consumida, dela nada resta. A
cocaína pode provocar ejaculação ou orgasmo retardado. O consumo a longo prazo
resulta, muitas vezes, em falta de interesse e de Desejo Sexual.
Alucinogénios
Os alucinogénios como o Lsd,
agem sobre os mecanismos da fantasia. Durante uma relação sob o efeito do Lsd,
não se está com o parceiro, mas com uma alucinação, um fantasma produzido pela
mente.
Ecstasy
Um efeito semelhante é produzido
pelo ecstasy que, afrouxando os mecanismos naturais de vigilância, pode levar a
fazer coisas que não deseja fazer e das quais, infelizmente, talvez venha a
arrepender-se. O ecstasy provoca sentimentos emocionais calorosos mas podem não
se traduzir em sentimentos sexuais.
Poppers
O nitrato de amilo (“Poppers”)
é usado especificamente para realçar o momento do orgasmo, mas pode ser
perigoso, especialmente para pessoas com problemas cardíacos.
Haxixe e Marijuana
O haxixe e marijuana podem
amplificar as sensações proveniente do exterior e atingem, assim, um eco maior
e não natural. A cannabis realça o
estado de espírito do consumidor. Caso se sinta excitado, fumar um charro
poderá aumentar essa excitação, mas se estiver com sono, fica de rastos. O
consumo a longo prazo diminui a produção de hormonas sexuais e, consequentemente,
diminui as capacidades sexuais.
Concluindo
Todas as drogas artificiais
acabam sempre por ter um forte impacto psicológico negativo: substituem-se ao
interesse pelo sexo e ocupam o seu lugar no cérebro. É necessário que o nosso
cérebro saiba produzir, sozinho, no momento oportuno, as drogas de que
necessita. E não esqueçamos os sentimentos: o orgasmo é a nossa heroína, a
curiosidade é a nossa cocaína, o namoro o nosso Lsd, a amizade a nossa ectasy e
a paixão a nossa marijuana.
As substâncias mais aproximadas
dos afrodisíacos, que têm a aprovação da classe médica, são alguns medicamentos como Viagra®; Levitra® e Cialis®, para os homens e a Testosterona para as mulheres,
as quais deverão ser sempre tomadas sob vigilância médica.
Se gostou, veja também:
- Desejo Sexual
- Disfunção Eretil
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