Do mesmo modo como existem pessoas que permanecem sozinhas quase a maior parte do tempo - por opção ou porque seus relacionamentos amorosos não funcionam - há aquelas que simplesmente "engatam" um relacionamento no outro. Por fora, estas pessoas podem passar a imagem de que são "irresistíveis", como se houvesse uma fila de pretendentes apenas esperando por uma oportunidade de ficar com elas. Porém, permanecer constantemente em relacionamentos, sem dar espaço para uma saudável solteirice, pode indicar um problema emocional importante.
Afinal, o que faz uma pessoa sair de um relacionamento e já entrar em outro, repetindo este movimento várias vezes, ao longo de anos? Vale reforçar que não estou falando de momentos únicos na nossa vida, quando encontramos um grande amor e abandonamos um relacionamento morno para viver uma realidade mais interessante. Refiro-me a uma pessoa que prefere estar acompanhada - não importa de quem - a permanecer (qualquer que seja o tempo) sozinha.
Mesmo que esta pessoa diga que faz isso por "não desistir do amor" ou porque encontrou pessoas cada vez melhores, o lógico é aceitar que esse alguém não está sabendo escolher seus parceiros ou apenas busca algo ao ficar com eles, o que obviamente nunca encontra.
Acredito que existam algumas questões emocionais que levam ao vício em compromisso. Veja abaixo.
Quem não suporta ficar consigo mesmo ou acredita que estar sozinho é o mesmo que ser um "fracassado", com certeza irá se relacionar constantemente. Nesse caso, o intuito é não correr o risco de "ficar por baixo", ser julgado, ou ainda ter que encarar a si mesmo. Afinal, quando estamos sós, precisamos nos relacionar conosco e, se não nos amamos, esta situação pode gerargrande ansiedade e angústia.
Outras pessoas não passam muito tempo solteiras, pois gostam da sensação de poder gerada pela conquista de um novo relacionamento. Além disso, ao construírem uma imagem de pessoas muito desejadas, se sentem mais capazes de realizarem aquilo que almejam em outras áreas da vida, tal como a profissional.
Em outros casos, temos indivíduos que simplesmente sabotam o relacionamento quando o vínculo começa a ficar mais profundo, por medo de realmente se comprometer. Porém, como isso também gera culpa, logo essas pessoas tentam novamente outra relação, sem perceber a repetição do padrão comportamental - o que as libertaria do círculo vicioso.
Parecido com o caso anterior, a pessoa, para não ter que passar pela situação de ser rejeitada, traída ou abandonada, prefere "sair por cima" antes. Isso faz com que ela escolha um parceiro melhor que o anterior e assim por diante. Nesse caso, o objetivo é transmitir a ideia de que são os outros que não a merecem, apesar de no fundo ela se sentir inferior a eles.
Aqueles, por outro lado, que sempre sofreram na vida, não acreditam que seja possível amar de verdade e ser feliz com alguém. Portanto, tão logo seu parceiro erre ou mostre qualquer característica negativa, já abandonam o relacionamento, com a justificativa de que não querem perder mais tempo.
Por fim, temos que citar os que acreditam que a "grama é sempre mais verde do outro lado". Essas pessoas, apesar de estarem em bons relacionamentos, nunca dão chance a eles de evoluírem, por terem medo de escolher errado ou ainda por achar que terão sua individualidade tomada na relação. Assim, toda vez que alguém aparentemente mais interessante aparece, abrem mão do relacionamento atual e embarcam numa nova aventura. Desse modo, pensam que estão aproveitando mais a vida e que, portanto, terão menos arrependimentos.
Se você se encontra em qualquer uma dessas categorias, saiba que, no fundo, o problema é a falta de amor por si mesmo. Afinal, se estamos em paz e nos aceitamos, nenhum desses medos nos aprisiona ou manipula. Nós apenas sabemos o que queremos. Fora que se alguém de fato especial aparece, nós nos dedicamos, com fé no futuro e sem preocupações infundadas. Por isso, dê a você uma chance de ser feliz!
Se acabou de terminar um relacionamento, respire fundo, se dê umas férias e aproveite para se conhecer mais. Ou seja, namore mais você mesmo. Desse modo, não precisará se relacionar com tantos outros.
Fonte: Dicas de relacionamento
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Dr. Fernando Eduardo Mesquita
Psicologia Clínica / Sexologia Clínica
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