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Como esquentar o sexo

A relação com o seu parceiro pode ser melhor que uma nova paixão. 

Basta vontade e um pouco de criatividade.







Um entende o olhar do outro. São capazes de completar a frase do parceiro. O tempo de relação aumentou o amor e a cumplicidade. Mas a vida sexual não beneficiou de tamanha familiaridade. A questão não é a intimidade. O problema é a repetição, a rotina e os pequenos aborrecimentos do dia a dia que acham seu lugar num canto da cama.

O atraso do cinema, a demora para responder à ligação e qualquer discussão banal viram motivo para desanimar o casal e adiar o sexo – ou minar a sua qualidade. O desafio não é encontrar novas posições nem uma maneira mais gostosa de fazer massagens. É descobrir em que momento o cotidiano prejudica o erotismo. 

Os ingredientes que nutrem o amor, como reciprocidade, proteção, preocupação e responsabilidade com o outro, às vezes são os mesmos que sufocam o desejo”, diz a terapeuta especialista em sexo Esther Perel

O que acontece fora do quarto afeta o que acontece dentro dele. Vale a pena investir na relação que se tem. Quando os casais estão sexualmente conectados, a relação torna-se vibrante. Muito melhor que qualquer nova paixão.diz o psicólogo IanKerner. 

O filósofo Alain de Botton, diz que ninguém precisa de um novo parceiro para fugir da mesmice e do tédio: “O caminho é identificar o que há de aventureiro, impetuoso, atrevido e inteligente embaixo da camada de hábito e rotina da relação”.



DICAS PARA RENOVAR A SUA VIDA SEXUAL

Pense mais sobre sexo 
Pensar em sexo funciona como um estímulo para fazer mais, afirmam os sexólogos. Uma forma bem simples de obter isso é relacionar qualquer objeto a algo erótico. Você pode combinar com o parceiro que sempre que olharem para um determinado quadro no quarto ou no escritório pensarão em sexo. No começo é engraçado, mas funciona. E rápido.

Agende uma massagem 
Marque a massagem após o trabalho. O relaxamento ajuda a aumentar os níveis de ocitocina, a hormona do bem-estar. Escolha aromas afrodisíacos, como canela, cravo ou baunilha. Quem quer ousar pode optar pela massagem tântrica. Nela, o massagista trabalha os pontos de prazer presentes em todo o corpo. Não raro, homens e mulheres alcançam o orgasmo antes do fim da sessão.

Memória curta faz bem para o sexo
Não guarde ressentimentos do que acontece fora da relação sexual. Deixe os pequenos aborrecimentos do dia lá no momento em que ocorreram. Tente não levá-los para o quarto. Essa é uma das principais armadilhas contra o sexo para quem vive junto ou se relaciona há muito tempo. Não guarde ressentimentos do que acontece durante o sexo também. Sexo nunca é igual. Existem ótimos momentos, momentos razoáveis e desempenhos sofríveis. O bom é saber disso e não ficar esperando um desempenho olímpico ou sentir-se menos querido pelo parceiro quando isso ocorre. Pode ser apenas cansaço ou uma bronca do chefe ainda não digerida.

Invista na sessão pipoca
No seu livro Uma sedução por semana (Editora Fontanar), a professora inglesa Betty Herbert sugere que o casal assista a um filme usando apenas roupas íntimas. Ela diz que o frio que se pode sentir vale a pena. É difícil chegar ao final do filme.
Retome o prazer sozinho
Em outras palavras, masturbe-se. É um dos caminhos eficazes para fazer com que o sexo a dois fique melhor e mais frequente. Os homens, mesmo casados e com uma frequência sexual ótima, continuam se masturbando. Para muitos, é uma atividade prazerosa e solitária, sem preo­cupação com o prazer da parceira, só com o seu. Outros falam que é uma fidelidade a si mesmo. As mulheres têm mais dificuldade para assumir que se masturbam. Muitas têm dificuldade em fazê-lo. O fantasma da repressão sexual ainda ronda o corpo feminino, dizem os sexólogos. Masturbação é um recurso de prazer legítimo, uma forma de realização sexual que ajuda o casal.

Pratique Ioga
Um estudo publicado pelo Jornal de Medicina Sexual mostrou que as mulheres que praticam ioga pelo menos duas vezes por semana notaram uma melhoria na lubrificação, no desejo e na satisfação. A explicação é que a prática combate a tensão, que prejudica o prazer feminino.



Não tenha medo de brincar
O vibrador pode ser um companheiro divertido e útil para usar só ou pelo casal. Há opções com design sofisticado, à prova d’água ou que imitam outros objetos, como batom. Para quem vai comprar pela primeira vez, convém escolher um que dê várias opções de uso e seja barato. Esclareça as dúvidas com a vendedora da sex shop. Depois de descobrir o tipo de que mais gosta, vale a pena investir num modelo melhor.

Seja íntimo sem forçar a barra
Parece contraditório, mas foi confirmado por pesquisas: pessoas que estão juntas há muito tempo tendem a se esquecer de ficar juntas. Vale a pena prestar atenção e fazer mais companhia ao parceiro. Para 60,3% das 2 mil pessoas entrevistadas pelo site GoodinBed, passar mais tempo com seus pares em atividades diversas aumenta a frequência do sexo. Não tente a intimidade a todo custo. Homens não precisam ir ao salão de beleza feminino nem mulheres precisam ir ao jogo de futebol toda semana, se essa não for a praia delas.

Troque abraços muitas vezes por dia
Essa é uma das dicas de Ian Kerner e Lisa Rinna em The big, fun, sexy sex book. Quando você abraça, aumentam os níveis de ocitocina (hormona do prazer) no organismo. Uma pesquisa feita pela Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, mostrou que abraçar reduz o stresse. É uma oportunidade de trocar carinho com o parceiro. A dica é abraçar três vezes por dia, de 20 a 30 segundos. No começo, parece uma eternidade. Concentre-se no corpo do parceiro. Perceba o cheiro, a intensidade da respiração e do abraço. Lembre-se das boas histórias que vocês construíram. É um exercício que aumenta a libido e as doses diárias de afeto. Deveria ser recomendado pelo Ministério da Saúde Mental, se houvesse um. Vocês notarão os resultados em poucos dias.

Combine uma sedução nova por semana
Essa foi a sugestão que Betty Herbert deu ao marido para reencontrar o desejo perdido em 15 anos de casamento. Cada um teria de sugerir e colocar em prática uma ideia nova por semana. As experiências relatadas num blog deram origem ao seu livro. Um bilhete carinhoso ou erótico descoberto no meio do livro de cabeceira, um elogio num momento inesperado ou uma viagem rápida, feita para comemorar um dia qualquer, são eficazes. Betty conta que, quando se conheceram, mal conseguiam tirar as mãos um do outro. “Depois, o sexo parecia tão distante que lutava para lembrar para que servia.” A experiência deles mostra como dicas aparentemente banais melhoram a relação e a vida do casal.

Fale sobre suas fantasias e vontades
O escritor Alain de Botton escreve que homens e mulheres não partilham seus desejos por medo de gerar repulsa em seus parceiros. “Achamos mais fácil morrer sem ter certas conversas”, diz. Infelizmente, contar as fantasias ainda é tabu, mesmo para casais juntos há muito tempo. Mariana Yamaba, gerente de uma agência de relacionamentos, afirma que a maioria não divide seus desejos nos relacionamentos, embora todos tenham fantasias sexuais. “O que atrapalha é o romantismo e a visão de sexo como angelical”, afirma o psiquiatra Alexandre Saadeh. “Poder falar e realizar as fantasias, sem que o outro se sinta desconfortável, é uma forma de recuperar a sexualidade desgastada do casal.” Se não há espaço para essas revelações, não há espaço para a intimidade.

Avise quando pensar em sexo
É uma brincadeira saudável que pode ser feita sem colocar ninguém numa saia justa. Funciona assim: toda vez que pensar no assunto, mande uma mensagem para o celular do parceiro. Em vez de escrever algo picante, combine uma palavra que faça sentido para os dois. A ideia é estimular o cérebro a pensar mais no assunto e dividir isso com quem você gosta. Não se preocupe em contar quantas mensagens recebeu e não se preocupe se não chegar nenhuma: é bom ser pego de surpresa.

Familiarize-se com a pornografia
Ninguém está a sugerir para ver um filme em que a câmera mostre detalhes de penetrações violentas ou encenadas por contorcionistas de circo. Há muitos tipos de pornografia. Escolha aquela que a deixa mais à vontade. É um instrumento divertido, acessível e, em boa parte das vezes, eficaz para apimentar a relação. “O pornô pode ajudar a explorar fantasias que o casal talvez não tivesse coragem de identificar de outra maneira”, afirma Saadeh.

Agende um horário para transar
Não é exagero. Quando você marca como compromisso, é como se estivesse afirmando para si que aquilo é tão importante como qualquer outra atividade do dia a dia. Durante o namoro, muita gente faz isso com frequência e não é ruim, não é?


Compre acessórios molhados
Escolha um sabonete aromático e uma esponja macia. Faça uma seleção de músicas que lembrem momentos de entrega. Vocês decidem onde e como usar tudo isso. Não se preocupe em parecer sexy. “O que importa é quanto você está excitado”, afirma Lisa Rinna. Só não demore. A água acaba com a lubrificação e pode levar ao relaxamento do corpo, tudo o que vocês não precisam antes de transar.
Invista nos preliminares 
Um estudo da Universidade de New Brunswick, no Canadá, mostrou que as preliminares duram, em média, 12 minutos, e as mulheres gostariam de que durassem pelo menos 18. As mulheres gostam e precisam de mais tempo para aquecer. Quanto melhores preliminares, melhor o orgasmo. É o que sugere outra pesquisa. Se vocês podem ter um orgasmo "excelente", por que se contentarem com um "suficiente"?
Não precisa ser certinho
Meninos bonzinhos não beijam dessa maneira.” Assim Bridget Jones descreve a pegada de Mark Darcy, personagem do filme O diário de Bridget Jones. O estereótipo do cafajeste sedutor é ativado por um ato mais ousado e excita muita gente. Pode ser um beijo inesperado na nuca ou um amasso surpresa num canto da casa dos pais – tudo em nome dos velhos tempos.
Use lubrificante à base de água
Há muitas mulheres com boa lubrificação que, ainda assim, gostam de produtos que aumentem a sensação de umidade. Sentem mais prazer. O lubrificante à base de água não causa ressecamento na pele. Como o organismo absorve a água com agilidade, é preciso passar o lubrificante à base de água com mais frequência. 
Mude o cenário
É a sugestão do escritor Alain de Botton. Novos espaços encorajam a reconexão com o parceiro, porque em nada lembram a inércia do ambiente familiar. “Não há limite para o que um mergulho a dois numa banheira diferente pode nos ajudar a fazer”, diz. 
Crie seus próprios jogos
Podem ser bem simples, como escrever um bilhete sensual. Betty Herbert recebeu um do marido. “Vá para o quarto e tire a roupa. Há uma echarpe sobre a cama. Coloque-a como se fosse uma venda e se deite. Quando estiver pronta, eu vou entrar.” Ela e Herbert juram que esse tipo de teatro de alcova dá muito resultado.

Seja generoso
Avise que aquele será o dia do parceiro fazer o que quiser, que você não espera nada em troca, nem mesmo um orgasmo. No livro 50 Sombras de Grey, a submissão é retratada como um fetiche. Para a psicanalista Diana Corso, isso acontece porque, hoje, as mulheres não se sentem submissas. “Ali, elas estão representando um papel”, afirma. Antigamente, ser submissa na cama não fazia sentido, porque a mulher se encontrava nessa situação no dia a dia. Agora cai bem, para os dois.
Livre-se dos preconceitos
Sexo anal ainda é um tabu, mas pesquisas sugerem que muita gente gosta e pratica. Para quem ainda não conhece as inclinações da parceira, o ideal é sugerir e testar a sua receptividade. Se não acontecer agora, a conversa continua. Não são todas as mulheres que aceitam e gostam, porém. Muitas têm medo da dor, além de preocupações higiênicas. O homem sempre deve usar preservativo e lubrificante de base aquosa. 
Fale durante o sexo
Diga como se sente mais à vontade, qual seu ritmo favorito, como o parceiro pode conseguir aquele orgasmo. Falar é uma forma de tornar o assunto casual, desde que não vire a narração de um jogo de futebol. 
Cuidado com a troca de posição
Mulheres alcançam o orgasmo por meio de uma estimulação contínua e rítmica. Se ela estiver chegando lá e o parceiro trocar de posição sem consulta prévia, será frustrante.
Relaxe
Não se preocupe demais com a frequência com que faz sexo. Só a personagem Samantha, do filme Sex and the city, acha ruim fazer sexo “apenas” quatro vezes por semana. A quantidade ideal é aquela considerada boa pelo casal.


As leis da atração

Química. Já quase toda a gente a sentiu, mas dificilmente alguém a sabe explicar. É aquele click inexplicável faz soar alarmes e acender luzes, as borboletas no estômago e o sorriso tolo na cara, aquela sensação de ter havido alguém que acampou dentro da nossa cabeça e se recusa a sair de lá. Mas porque sentimos nós estas coisas - e tantas outras - com umas pessoas e não as sentimos com outras? Quais são (será que as há?) as leis da química e da atração?

A frase "houve uma química entre nós" pode ter um sentido bastante mais literal do que aquele com o qual se habituou a olhá-lo. Estrogénio, testosterona, dopamina, serotonina, norepinefrina e adrenalina: eis uma grande parte da explicação para o que está a acontecer no seu corpo e no seu cérebro quando se sente atração por alguém. De certa forma, sentir-se atraído por alguém é uma experiência semelhante a estar sob a influência de certas drogas. Porque na realidade, está mesmo.

Provavelmente quase todos os dias conhece pessoas novas, cruza-se diariamente em todos os locais que frequenta com centenas de pessoas. Porque é que umas lhe são indiferentes e outras despertam o seu interesse e a fazem sentir-se atraídas por elas? Provavelmente já pensou sobre isto e pergunta-se o que será que essas pessoas têm de especial, mas na realidade essa é uma pergunta incompleta... A questão correta é: o que é que a atração por uma determinada pessoa diz sobre si.

A resposta começa no universo dos sentidos, afinal são eles que nos permitem o contacto com tudo e todos à nossa volta, como refere o psicólogo e sexólogo Fernando Mesquita. E, como explica, privilegiamos por norma os sentidos da distância, considerados nobres – ver e ouvir –, enquanto aqueles que exigem proximidade (o gosto, o olfato e o tato) foram classificados como inferiores. "Os outros têm o direito a me ver e ouvir, mas não têm o direito de me saborear ou cheirar a menos que eu queira. Mas se temos uma relação amorosa não basta ver e ouvir, queremos acima de tudo cheirar, saborear, tocar e acariciar", conclui o sexólogo. Quer isso dizer que a atração é marcada por tudo isso que nos é agradável: o que vemos, ouvimos, cheiramos, saboreamos e tocamos.

Fernando Mesquita refere as muito faladas feromonas, apesar de todo o ceticismo no que concerne à sua influência nos humanos. Alguns estudos defendem que os humanos, à semelhança de outros animais, têm a capacidade inata de identificar, através do cheiro e, portanto, das feromonas, sistemas imunitários diferentes dos seus, que são sempre os preferidos na altura de escolher um companheiro e que estão ligados a comportamentos primitivos essenciais à preservação da espécie. De resto, é essa mesma atracão primitiva, que tem origem no hipotálamo, que marca o comportamento "dos homens que sentem atracão por mulheres com peito grandes e ancas largas (características associadas à fertilidade), tal como o caso de mulheres que sentem atração por homens com características associadas à força e poder", explica Fernando Mesquita.

Por fim, também a β-feniletilamina, uma hormona conhecida como a "anfetamina do amor", cumpre o seu papel neste cocktail bioquímico dentro de nós: é uma hormona que "faz desaparecer bloqueios, inibições e censuras e provoca o aumento da produção de dopamina [libertada em situações de prazer]. Este neurotransmissor também é, em certa parte, responsável pelo estado de euforia vivido na fase de paixão", refere o sexólogo.

As nuances da atração

Sabia que os homens podem interessar-se por mulheres diferentes dependendo se é manhã ou tarde? E que as mulheres podem sentir-se atraídas por homens de tipos muito distintos consoante a altura do mês? É a química a funcionar e, embora não se saiba ainda "da missa a metade", já muito é explicável e até mensurável. Um estudo realizado no Face Research Lab da Universidade de Glaslow, na Escócia, pelo psicólogo Benedict Jones, defende que, nos homens, as oscilações nos níveis de testosterona que ocorrem ao longo do dia têm uma influência decisiva na escolha de uma parceira: no início da manhã, quando o organismo masculino tem níveis mais altos de testosterona, as probabilidades indicam que optará por uma mulher de traços suaves, delicados e femininos, à tarde, com os valores mais baixos é bem possível que lhe chame a atenção uma mulher de rosto mais "pesado" e traços mais masculinos.

Já esta "matemática hormonal" feminina sofre alterações ao longo do mês, acompanhando a fase do ciclo menstrual. Os níveis hormonais de estrogénio, progesterona e testosterona sobem e descem drasticamente ao longo do mês. As consequências práticas destas alterações de valores refletem-se também naquilo que chama a atenção da mulher: os investigadores referem que do primeiro ao quinto dia do ciclo a mulher está menos disponível para sexo, razão pela qual se fizer escolhas sobre um parceiro, estas vão tender para o homem pacato e com feições suaves. Do quinto dia para a frente, os níveis de estrogénio e de testosterona começam a aumentar e, no período de ovulação, a partir do 14º dia, são os homens com um ar mais másculo e feições marcadas, como o queixo proeminente, que dominam a atenção feminina.

Será então justo afirmar que, no campo da química, nada é controlado pela nossa racionalidade e são as hormonas que mandam em nós? Felizmente, não. Muito embora na fase da paixão percamos um pouco a capacidade de pensar racionalmente (daí que seja tão difícil ver defeitos no outro quando estamos apaixonados), não somos guiados apenas por instintos, até porque algures no nosso subconsciente existe, para cada um de nós, um modelo já construído daquele que será o parceiro ideal.

Como nos explica o psicólogo e sexólogo Fernando Mesquita, como seres racionais que somos, os nossos comportamentos e decisões não se limitam a questões bioquímicas. "Está comprovado que, apesar de toda a importância da dita 'química', as vivências prévias e os fatores psicológicos são um fator determinante na seleção do (ou da) 'tal'", conclui o sexólogo. No fundo, remata, Fernando Mesquita, apesar do amor produzir reações químicas cerebrais específicas, a ligação afetiva entre duas pessoas não se limita exclusivamente a consequências biológicas.

Da atração ao amor, do amor à atração

A fase inicial da atração, do desejo, da paixão, bem sabemos que é maravilhosa, mas não dura para sempre. Nem podia: ninguém resistiria por muito tempo ao coração a bater descompassado, ao aumento da pressão arterial e da frequência respiratória, aos tremores e à falta de apetite, de concentração e sono! Estamos por isso programados para passar à fase seguinte, de mais estabilidade e de uma afeição mais tranquila para a nossa mente e para o nosso corpo. Ou seja, para passarmos da paixão ao amor e vinculação.

"Passada a fase de excitação, instala-se no cérebro um estado chamado de 'euforia-dependência', cuja presença da pessoa amada proporciona alegria interior e serenidade, e que se torna cada vez mais indispensável", explica Fernando Mesquita. De acordo com o sexólogo, quem ama, vive "drogado" de endorfina (morfina produzida pelo próprio corpo). "Mas, ao contrário do que acontece com os toxicómanos que precisam de doses cada vez maiores de morfina, o nosso organismo tem um limite na produção de endorfinas. E é neste ponto que alguns casais acabam a relação pois a quantidade de endorfinas produzida deixa de ser suficiente para saciar esta dependência", conclui. Como contrariar então esta quebra e acender o desejo nas relações de longa duração?

A terapeuta sexual e investigadora Esther Perel dedica-se há vários anos a estudar questões relacionadas com o desejo, amor e erotismo, sobretudo nas relações de longa duração. "Porque é que o amor e a intimidade não garantem bom sexo?", "Podemos querer aquilo que já temos?" ou "Porque é que aquilo que é proibido é tão erótico?" são algumas das perguntas de partida da sua investigação.

Mas, afinal, porque é tão difícil manter o desejo e o erotismo nas relações de longa duração? Esther Perel defende que na origem desta dificuldade está o desafio de conciliar duas necessidades humanas muito diferentes: a segurança, estabilidade e previsibilidade das quais precisamos e que são próprias de uma relação duradoura e de confiança e, por outro lado, a necessidade de aventura, novidade e mistério, características do desejo e do início de relação.

Porque, na verdade, muitas vezes, os ingredientes que alimentam o amor - como a responsabilidade e a preocupação - são os mesmos que matam o desejo. A investigadora concluiu que os casais que, passado décadas, ainda mantém a paixão e o erotismo na sua relação são aqueles que mantém alguma privacidade e espaço individual; que entendem que os preliminares não algo que é feito cinco minutos antes do sexo, mas antes uma coisa que começa logo no fim do orgasmo anterior; que entendem que a paixão, como a lua, tem fases, não é constante e aceitam isso, mas sabem como a trazer de volta porque abandonaram o mito da espontaneidade e sabem que a vida sexual exige presença, foco e intencionalidade.

Fontes:
- Fernando Mesquita, psicólogo e sexólogo
- Esther Perel, The secret to desire in a long-term relationship
- Gildersleeve, LM DeBruine, MG Haselton, DA Frederick, IS Penton-Voak, BC Jones & DI Perrett (2013). Shifts in Women's Mate Preferences Across the Ovulatory Cycle: A Critique of Harris (2011) and Harris (2012). Sex Roles, 69: 516-524.


Escrito por  Sofia Teixeira com entrevista a Fernando Mesquita, psicólogo e sexólogo

Sexo virtual

O vício do sexo virtual


Uma das consequências de um desejo sexual hiperativo

A compulsão sexual ou o desejo sexual hiperativo, nome por que também é designado o excesso de desejo sexual, é um dos problemas mais diagnosticados nas consultas de sexologia, de acordo com o sexólogo Fernando Mesquita.
Vários estudos mostram que a compulsão sexual afeta entre 5 a 6 por cento da população, principalmente homens (o número de homens que fazem sexo virtual é quatro vezes maior).
No entanto, estes números podem ser, na realidade, bem mais elevados. «Muitas destas pessoas não reconhecem o problema, outras sentem-se de tal forma constrangidas que optam por escondê-lo», alerta o especialista. A mais recente comédia de Joseph Gordon-Levitt, «Don Jon», mostra bem até onde pode ir o vício do sexo virtual. Don Jon, como os amigos lhe chamam, uma espécie de Don Juan moderno, é conhecido pela sua capacidade de seduzir o sexo oposto.
No entanto, nenhum encontro se compara ao êxtase que obtém sozinho, ao computador. Don Jon é viciado em pornografia e retrata os problemas normais de quem vive com esta compulsão, como a incapacidade de reconhecer que tem um problema e que precisa de ajuda, mas, ao mesmo tempo, é um exemplo de como o vício pode ser superado, quando conhece a mulher por quem se apaixona verdadeiramente e que o faz ver a vida de outra forma.
Está em risco?
«A visualização de pornografia, ou a prática de sexo virtual, pode tornar-se viciante, especialmente por apresentar uma grande variabilidade de oportunidades. Com o recurso à internet, a imensidão de estímulos não tem conta. Além disso, a pornografia e o sexo virtual são de gratificação imediata», explica o sexólogo Fernando Mesquita. É um problema comum em pessoas psicologicamente saudáveis, mas, geralmente afeta pessoas ansiosas e com dificuldade no controlo dos impulsos, ou pessoas tímidas, com fobia social ou dificuldade em estabelecer relações.
Os efeitos nefastos
Para estas pessoas, a necessidade de sexo leva a um dispêndio de tempo anormal em atividades necessárias para satisfazer os seus desejos. A maior parte dos dias é passada a planear, imaginar e a procurar oportunidades sexuais. Tal como nas outras dependências, pode surgir alguma tolerância e o nível de atividade passa a ser insuficiente para o indivíduo.
Essa situação faz com que necessite de quantidades crescentes para manter o nível de alívio emocional. Como resultado, este vício acaba por interferir no trabalho, hobbies e nas relações familiares e sociais. O início do tratamento começa quando a própria pessoa reconhece que tem um problema e que precisa do acompanhamento de um terapeuta.

Texto: Sofia Cardoso com Ana Cristina Almeida (psicóloga clínica e diretora clínica da Clínica Psicronos em Lisboa), 
Cláudia Sousa (psicóloga clínica no Instituto Cuf) e Fernando Mesquita (psicólogo clínico e sexólogo)
Edição internet: Luis Batista Gonçalves



O segredo do Desejo numa relação a longo prazo




Nas relações prolongadas, geralmente, esperamos que a pessoa amada seja não só o melhor amigo como o parceiro erótico. Mas Esther Perel argumenta que o sexo bom e com compromisso leva a duas necessidades conflituantes: a necessidade de segurança e a necessidade de surpresa. Então, como se pode manter o desejo? Por que motivo o sexo falha entre casais que se dizem amar eternamente após o casamento?

A cumplicidade, intimidade, companheirismo e relação a dois fortalece-se com a união mas o desejo e o erotismo muitas vezes desvanecem-se com o matrimónio e/ou o aparecimento dos filhos, sendo a prática sexual prejudicada quando há crianças. 

Parece um contrassenso mas as novas gerações esquecem-se da parte afetiva/física e mostram-se menos predispostas a abdicarem da sua individualidade e da sua vida ligada ao materialismo.


* Esther Perel -  nascida e criada na Bélgica, é filha de dois sobreviventes dos campos de concentração nazis, estudou em Israel e terminou o estágio nos Estados Unidos. É membro da American Family Therapy Academy e da Society for Sex Therapy and Research. Convidada frequente enquanto comentadora nos media, Perel marcou presença no programa da Oprah Winfrey, The Today Show, CBC News, Good Day New York, CNN This Morning, entre outros.


VEJA TAMBÉM:


- "Manter o Desejo Sexual nas relações"
- "Homens que não sabem amar"
- "Sobe e desce do Desejo Sexual no casal com filhos"
- "Aborrecimento sexual"
- "Um vibrador para a mente"
- "Sexo, tédio e casamento"




Testosterona vs Calvície


"Não quero perder o desejo sexual
mas também não quero ficar careca"

Aqui fica mais um pedido de ajuda de um leitor do nosso BLOG.
Aproveite e dê o seu apoio através de um comentário!

Estes testemunhos são reais e poderão ajudá-l@ a compreender também os seus problemas...
PARTILHE AS SUAS EXPERIÊNCIAS ... AJUDE OS OUTROS !!!

(Nota: alguns destes pedidos serão publicados na Revista ANA de forma anónima)


Sempre tive uma vida sexual muito ativa. Acontece que agora aos 40 anos comecei a notar que estou com queda de cabelo. Os meus colegas dizem-me que é sinal que tenho excesso de testosterona. Será verdade? Não quero perder o desejo sexual mas também não quero ficar careca. O que posso fazer para evitar isso?
R.S. - Aveiro


A nossa resposta

Caro leitor a ideia de que os homens com mais testosterona têm maior queda de cabelo e que ficam carecas precocemente não passa de um mito. Essa ideia vem da expressão “é dos carecas que elas gostam mais”, já que o alto nível desta hormona está associada ao desempenho sexual. 

É verdade que o crescimento de pêlos, em algumas zonas do corpo, está diretamente ligado à produção de testosterona, tanto nos homens como nas mulheres. Por exemplo, é por volta dos 12 anos de idade que esta hormona começa a ser produzida e surgem os primeiros pêlos no rosto, tronco, nádegas, virilha e monte púbico. 

Porém, outras zonas do corpo como braços e pernas não são afetadas pela maior ou menor produção de testosterona, por isso denominam-se de pêlos independentes. 

No entanto, o que se relaciona com a queda de cabelo é a diidrotestosterona, que é uma transformação da testosterona. Essa é a hormona que aumenta a queda de cabelo nos homens e a sua produção depende de fatores locais do couro cabeludo, e não da quantidade de testosterona que circula no sangue. As pessoas calvas têm enzimas, no couro cabeludo, com uma maior capacidade de transformar a testosterona do sangue em diidrotestosterona para agir no folículo capilar. 

Existem vários fatores determinantes para a queda de cabelo, mas que devem ser avaliados de acordo com cada pessoa. A genética muitas vezes pode ser a causa da queda e, neste caso, poucas vezes há precaução, mas há vários tratamentos estéticos que revertem esta situação, pelo que deverá consultar um dermatologista.

Obrigado pela sua questão


Psicólogo - Sexólogo Clínico
Tel: 969091221


Veja outras questões dos nossos leitores aqui.

Importante: se tiver alguma questão a colocar deverá enviar mail para: psicologiananet@gmail.com

Manter o desejo sexual nas relações



O desejo sexual é uma equação complexa. Numa relação de longa duração, é natural que o desafio seja ainda mais complexo. Mas a solução é possível. Veja como é que um casal pode começar já a resolver esta equação.

Os relacionamentos íntimos são um aspecto central da vida adulta. Sabemo-lo não só por uma questão cultural mas também com algum suporte científico: a qualidade dos relacionamentos tem implicações não só na saúde mental, mas também na saúde física e até na vida profissional de homens e mulheres.

Quando pensamos numa relação a longo prazo, pensamos na possibilidade de um projeto conjunto. A procura da estabilidade é uma das grandes lutas que enfrentamos quando queremos constituir família. Mas a vida de casal não vive apenas de objetivos. E a estabilidade não pode ser o seu único suporte.

Uma relação longa é uma relação em transformação. E é natural que o nível de satisfação também varie com o decorrer dos anos de convívio. A vida sexual não é imune a isto. Num mundo em constante aceleração, por vezes torna-se difícil o casal conseguir dedicar espaço e tempo da sua vida ao erotismo. Mas é importante lutar por isso. A bem do desejo e da relação.


Uma relação em transformação

A ideia de casamento sempre serviu para piadas sobre a vida sexual. Ou a falta dela. Mas as piadas servem também para denunciar um pouco os nossos receios. Afinal de contas, quem assume uma relação de longa duração até pode estar "avisado" para as dificuldades que poderão surgir. Mas há uma genuína vontade de fazer com que a relação continue, feliz – e que a vida sexual dos primeiros tempos não se transforme em frustração.

Fernando Mesquita é psicólogo clínico e sexólogo e explica-nos que "é esperado que existam variações de desejo sexual ao longo do ciclo de vida de um casal". É frequente no início da relação, os casais sentirem uma vontade enorme de fazer amor em qualquer oportunidade. No entanto, diz-nos, "com o passar dos anos verifica-se, em muitos casais, um maior desinvestimento na componente sexual. Corre-se assim o risco de o desejo sexual ficar submerso pelas questões do dia-a-dia, como as contas para pagar ou a educação dos filhos".

O psicólogo explica-nos que os problemas no desejo sexual podem ter três origens diferentes: fisiológicas, psicológicas ou diádicas (ou seja, dizem respeito aos dois elementos do casal).
  
Entre os problemas de origem fisiológica podem contar-se fatores como alterações hormonais, como é o caso da diminuição da 'famosa' hormona associada ao desejo, a testosterona (um problema que ocorre principalmente nos homens, embora as mulheres também possam estar sujeitas à sua variação no organismo), ou de estrogénio (nas mulheres); efeitos secundários de alguma medicação; o consumo de tabaco, álcool e outras substâncias mas também doenças que podem ter impacto na vida sexual do individuo, como é o caso da diabetes ou da hipertensão arterial – cuja incidência aumenta também com a idade.

Entre os fatores psicológicos encontram-se questões tão distintas como uma baixa autoestima, o cansaço, a ansiedade, o stress do dia-a-dia, a depressão e tabus ou crenças que possam condicionar a relação de um com a sua sexualidade.

Em entrevista ao MSN Saúde, Ana Carvalheira, psicóloga e antiga presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, adiantava-nos as conclusões de um estudo que envolveu 4 mil portugueses, a propósito da sua vida sexual. Quando se questionou sobre os principais condicionantes ao desejo sexual entre os homens portugueses, o stress profissional e cansaço surgiam nos dois primeiros lugares, com as questões relacionais a serem referidas em terceiro lugar.

Estas questões relacionais fazem parte daquilo a que Fernando Mesquita designa como fatores diádicos. E neste caso podem encontrar-se questões como o desgaste da relação, a ausência de partilha de afetos, dificuldades comunicacionais ou conflitos não resolvidos na relação, a monotonia, a perda da atratividade pelo/a parceiro/a, que pode decorrer de mudanças físicas, entre outros.

Como vimos, o tempo de relação e a idade são fatores que devem ser tidos em conta. Mas convém evitar assumir generalizações. Como nos explica Fernando Mesquita, mesmo após a menopausa «algumas mulheres chegam mesmo a experienciar uma melhoria na vida sexual, pois não receiam uma gravidez indesejada e, geralmente, os filhos já saíram de casa, o que lhes permite estar mais "à vontade"».

Aprender e aceitar diferenças

Fernando Mesquita esclarece que não há diferenças significativas, entre homens e mulheres, quanto ao apetite sexual no período de paixão. No entanto, nas relações a longo prazo verifica-se por vezes uma diminuição da iniciativa sexual, nas mulheres, após o aparecimento dos filhos. Atualmente, ainda são a mulheres quem apresenta uma maior incidência de queixas devido à diminuição do desejo sexual. Ainda assim, tem-se verificado um aumento no número de homens que procura ajuda por este problema.

A satisfação de um casal (uma relação feliz, se preferirem) é, sem dúvida, um conceito subjetivo. Implica a forma como os nossos desejos e necessidades são recebidos pelo outro. Mas também o que somos capazes de dar ("Dar e Receber / Devia ser a nossa forma de viver" já cantava António Variações).

O desejo sexual é uma questão complexa. Pode até ser mais flutuante nas mulheres do que nos homens, mas o desafio existe para os dois membros do casal. Erroneamente, alerta Fernando Mesquita, "muitas pessoas pensam que a diminuição de desejo sexual é sinónimo de falta de paixão ou amor".

A vida atual é feita de correrias. Há uma pressão constante para nos sentirmos realizados nas mais diversas esferas da nossa vida. Assente na ideia de que é assim que as coisas são, corremos à procura da realização nas mais diversas áreas: a profissional, a económica, a social, a cultural, a intelectual... e fazemos isto tudo num mundo competitivo em que o sexo muitas vezes é falado como se de uma performance atlética se tratasse. Se em tempos o sexo era sinónimo dos mais diversos tabus, hoje em dia corremos o risco daquilo que Ana Carvalheira refere como "a banalização do sexo". Este ritmo de vida pode perturbar o erotismo de uma relação. É por isso que há que saber contrariá-lo.
  
O que fazer?

Manter o desejo sexual dependerá muito do tipo de relação existente. Fernando Mesquita esclarece que "com as fantasias, a vida sexual ganha uma diversidade que seria impossível no dia-a-dia e permite, em muitos casos, estimular ou recuperar a intensidade do desejo. Saber lidar e aceitar, as fantasias sexuais, pode ser o melhor afrodisíaco para estimular e recuperar a intensidade do desejo numa relação".

Não existem receitas absolutas. Mas existem conselhos imprescindíveis. A comunicação deve ser prioritária. É com ela que vamos conhecendo o outro. E no que ao desejo sexual diz respeito, é importante uma espécie de back to basics: como nos diz o psicólogo, deve-se "encarar o sexo como uma forma de ter e dar prazer". E a partir daqui temos muito que podemos fazer.

O desejo e o erotismo apreciam sempre alguma novidade. Daí que seja importante variar a vida sexual. "O casal deve partilhar fantasias e conversas que estimulem o desejo sexual", aconselha o psicólogo. "É importante que se recordem que podem haver interesses sexuais diferentes e que a razão não pertence exclusivamente a um dos elementos do casal".

A este propósito, Fernando Mesquita adianta ainda que "diversos estudos têm mostrado que a capacidade orgástica das mulheres está relacionada positivamente com um relacionamento mais afetivo com o companheiro e com a prática da masturbação".

A não obrigatoriedade do coito pode também por isso ser útil em certos momentos. A sexualidade não é apenas o momento da penetração. Não é uma questão de mecânica a precisar de afinação. Numa relação longa, a sexualidade depende de toda a envolvente. E pode começar numa simples carícia pela manhã, continuar com a conversa à hora de jantar, antes de chegar aos lençóis da cama.

Fernando Mesquita sugere mesmo que os casais "estipulem que pelo menos um em cada cinco encontros sexuais não há penetração para que tenham prazer doutras formas". É uma forma de variar a vida sexual, sem ter receio de "brincar" com a própria intimidade do casal.

A prática de exercício físico também não deve ser descurada. O exercício físico, além dos efeitos físicos que facilmente sentimos, aumenta também os níveis de energia e, consequentemente, a autoestima e o desejo sexual. O mesmo se aplica a uma alimentação equilibrada, que fortaleça a líbido.

E caso o problema seja mesmo a diminuição da atracão pelo/a parceiro/a, Fernando Mesquita aconselha os membros do casal a procurar identificar o que levou a essa diminuição, para que o problema possa ser trabalhado em conjunto. O que também nos recorda do ponto fulcral que um casal tem de desenvolver, para defender a própria relação: a comunicação.

É certo que já existem fármacos que podem ajudar. Mas na química do amor há mais a ter em conta do que a simples resposta física. Daí que o psicólogo faça questão de recordar a utilidade da terapia conjugal/sexual.

E o maior erro que se pode cometer é deixar adiar o problema, esperando que o tempo o resolva. É um passo em falso porque no que ao desejo diz respeito, o tempo nem sempre é bom conselheiro. "Os casais cujos conflitos conjugais são mais recentes são aqueles que tendem a apresentar melhores resultados na terapia conjugal", recorda o psicólogo.

Acima de tudo, é importante ir quebrando os receios e pequenas vergonhas que muitas vezes nos limitam. E isto diz respeito não só ao desejo sexual, mas também à disponibilidade para procurar ajuda. Porque se é de amor que se trata, se é o que se deseja, vai valer a pena.