O que é "Ter Sexo"?



Um estudo realizado recentemente pelo Instituto Kinsey verificou que os homens gay no Reino Unido e nos E.U.A. diferem no que consideram como “ter sexo”. Neste estudos participaram 180 homens do Reino Unido, com idades entre os 18 e os 56 anos, e 190 homens dos E.U.A com idades entre os 18 e os 74 anos.

Quase todos os inquiridos concordaram que o sexo anal (pénis no ânus) é “ter sexo”. No entanto foram encontradas diferenças noutras práticas sexuais.

No geral, os homens gay do Reino Unido encaram a prática sexual de forma mais lata.

- 84.9% encara o sexo oral (pénis na boca) como “ter sexo”, enquanto apenas 71.6% dos homens gay dos E.U.A. avaliaram como tal;

- a doação e a recepção da estimulação oral-anal é considerado como “ter sexo” por 78.4% dos homens gay do Reino Unido e 61.2% dos homens gay dos E.U.A.;

- dar e receber estimulação manual-anal foi considerado como “ter sexo” por 70.9% dos inquiridos no Reino Unido ao passo que apenas 53.4% dos inquiridos nos E.U.A. concordaram;

- a grande diferença, deste estudo, reside no uso de objectos/brinquedos sexuais (e.g. dildos, vibradores), cerca de 77.1% dos participantes do Reino Unido e apenas 55% dos participantes E.U.A. concordaram que essa prática era uma forma de "ter sexo".

Este tipo de estudos é importante, pois alerta para a necessidade da definição de conceitos como é o caso de “TER SEXO”. Não podemos esquecer que muitos estudos na área da saúde que visam avaliar aspectos tão variados como “comportamentos de risco” e “frequência sexual” não têm em conta estas diferenças culturais.

É também importante que os investigadores e técnicos de saúde (e.g. médicos, psicólogos, enfermeiros) não pressuponham que a sua ideia de “ter sexo” é a mesma que a dos inquiridos, principalmente quando se trata de analisar comportamentos para avaliar o risco de transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis.


Adaptado do original de Celeste Lavin, 28Jul2010

2 comentários:

cristina simões disse...

Muito pertinente a sua observação.

Dr. Fernando Mesquita disse...

Olá Cristina,

obrigado pelo comentário. Volte sempre e dê a sua opinião. Só assim saberei onde melhorar.

Abraço,

Fernando Eduardo Mesquita