Dr. Fernando Mesquita - Terapia Sexual - Psicologia Clinica - LISBOA - Tel: 969091221
Perguntas & Respostas - Ménage à Trois
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a orientação sexual é vista como um contínuo entre dois pólos, o Heterossexual e o Homossexual, que tem muitas variações. Por exemplo, considera-se que uma pessoa é exclusivamente homossexual quando sente atracão estética, erótica e emocional apenas por pessoas do mesmo sexo e existe a possibilidade de escolha, tanto nos pensamentos e emoções como nos comportamentos sexuais. Porém, algumas pessoas não se enquadram em nenhum destes pólos de exclusividade, o que poderá ser o caso do seu namorado.
A região anal masculina é altamente erógena. A estimulação no ânus, recto e alguns órgãos adjacentes, como é o caso da próstata, muitas vezes, são suficientes para provocar um orgasmo no homem. Num casal heterossexual a mulher pode estimular a região anal do homem (recorrendo por exemplo a um dildo ou strap-on). Portanto, se no casal existir abertura suficiente para este tipo de pratica sexual, não há motivo para que o homem sinta a necessidade de fazê-lo com outros homens, a menos que tenha mais prazer dessa forma.
Embora o instinto natural seja de não querer partilhar alguém que se ama a verdade é que o sexo a 3 (ou “ménage à trois”) é uma das fantasias sexuais mais frequentes nos casais. Alguns homens têm a fantasia de ver a mulher com outro homem, pois ficam excitados por sentirem que ela não é desejada apenas por eles.
Dá-se o nome de “ejaculação retardada” às situações onde existe dificuldade do homem em ejacular. Alguns homens apresentam esta dificuldade em situações muito específicas, por exemplo se têm receio de serem interrompidos durante a actividade sexual ou de acordo com a estimulação que estão a receber (masturbação; sexo oral; penetração vaginal ou sexo anal). Procure avaliar o que acontece, na vossa relação, para que ele consiga ejacular algumas vezes e noutras não. Pergunte-lhe se ele consegue ejacular na masturbação ou com outras pessoas, ou seja, se esta dificuldade surge apenas consigo.
Cara leitora, apesar de muitas questões que possa estar a levantar, neste momento, o que é certo é que o seu namorado confiou em si para lhe confessar não só as fantasias como as experiências sexuais que teve. Ao partilhar algo tão íntimo, o seu namorado, correu o risco de ser mal interpretado. Caso ele não tivesse contado que teve sexo com outros homens, como lidaria com a dificuldade ejaculatória dele? E com as fantasias?
As fantasias e gostos são muito relativos, existem homens que gostam de estimulação anal, outros que acham isso anti-natural, homens que fantasiam estar com duas mulheres, outros ver a mulher com outro homem, etc.
Numa experiência sexual tudo é permitido, desde que ambos estejam suficientemente à vontade e queiram experimentar. Isto quer dizer que não deve sentir-se obrigada a fazer algo que não quer, ou não se sente preparada. Ponderem procurar ajuda de um terapeuta sexual, caso as dificuldades permaneçam.
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Perguntas & Respostas - "Serei homossexual?"
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Se o leitor sente atração, fantasia, deseja, ou tem relações com homens, e existe a possibilidade de optar por uma pessoa do sexo oposto, ai já é diferente.
Recorde-se que a orientação sexual é vista, socialmente, como um contínuo entre dois pólos: o Heterossexual e o Homossexual e que algumas pessoas não se identificam com nenhum destes “rótulos”.
O importante é que saiba respeitar o seu organismo e as suas vontades, sem se culpabilizar por isso. Aceite a sua sexualidade como um aspecto positivo da sua identidade e não se sinta culpado pela sua orientação sexual.
Só assim conseguirá conhecer-se realmente e escolher sua verdadeira sexualidade, quer seja homo, hetero ou outra coisa qualquer.
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Perguntas e Respostas - Ela é lésbica
"Tenho medo que ela se atire a mim"
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(Nota: alguns destes pedidos serão publicados na Revista ANA de forma anónima)
Acontece que descobri ela é lésbica e agora
estou sempre com medo que ela se atire a mim.
O que posso fazer?”
Muito provavelmente o problema está mais na sua cabeça que na da sua amiga. Quando existe dificuldade em entender a diferença e a particularidade, como é o caso da homossexualidade, com base em referenciais restritos, alimentam-se os medos e aumentam os comportamentos de exclusão, preconceito e homofobia.
Tenha uma conversa sincera com a sua colega e tentem chegar a um acordo que permita que ambas coabitem em harmonia ou, se continuar a sentir-se desconfortável com a presença dela, sempre tem a possibilidade de procurar mudar de casa ... ou de colega!
Obrigado pela questão,
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Perguntas & Respostas - Carícias no ânus dele
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"O meu namorado gosta que eu lhe acaricie o ânus.
Recuso-me a fazer isso pois acho um absurdo.
Ele terá tendências homossexuais?"
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Perguntas e Respostas - "Ele gosta de Shemales ... será gay?"
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Depois de me informar e ler algumas entrevistas sobre Dr. Fernando reparei que trabalha também na questão da transexualidade, o que me deixou ainda mais à vontade, pois a minha questão é precisamente sobre isso, é um assunto minucioso que eu acredito que pouca gente saiba dar-me uma resposta. Não tenho problema que a minha questão seja publicada no blog, gostaria unicamente que fosse anónima.
A questão é a seguinte.
Considero-me uma pessoa perspicaz, namoro há um ano, e mesmo antes de conhecer o meu namorado , tem 23 anos, sempre tive a ideia que ele gostasse de homens, começamos a namorar e visto o decorrer da situação deduzi que fosse apenas coisas da minha cabeça.
No entanto, com a amadurecimento da relação a nível sexual, chegámos a momentos em que ele me disse que gostaria de ser penetrado com os meus dedos ou com objectos, sou uma pessoa mente aberta e compreendo que isso seja normal, a estimulação da próstata, não seria por isso que eu ía pensar que ele é homossexual e realizamos essas fantasias.
Mais tarde descobri uma coisa que me assustou um pouco mais, reparei que ele tinha um fetiche por "shemale", ou seja, transexuais, são mulheres sensuais mas que têm um pénis, comecei a achar a coisa um bocado mais suspeita, investiguei e até concluí que há muitos homens que têm esse fetiche, mas já começava a dúvidar de quem seria ele.
O problema principal no meio de todas estas coisas é a sua atitude, quando falamos com ele sobre homossexuais ele tem uma opinião de repulsa, odeia-os de uma maneira exacerbada, aliada ao facto de ele estar sempre a frisar que é bastante engatatão e que tem uma grande lista dos seus engates, esta atitude parece-me apenas um mecanismo de defesa por ele não conseguir assumir quem é .
Cara amiga,
A diversidade do comportamento sexual não se esgota na categorização polarizada Heterossexual - Homossexual. Ela é um continuo entre dois extremos - o heterossexual e o homossexual exclusivos. Por exemplo, podemos encontrar pessoas que desejam sexualmente apenas pessoas do outro sexo, do mesmo sexo ou de ambos. Podemos estar com pessoas que podem ter comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto, ou de ambos. Podemos conhecer pessoas cujo seu foco de desejo é com pessoas do sexo oposto mas que, por determinadas circunstâncias, têm comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo (ou vice-versa), etc.. E por aí adiante...
Quanto à designação de "fetichismo", ou feiticismo, é uma palavra com origem portuguesa que deriva de "feitiço". É comum encontrarmos pessoas atraídas sexualmente por certas peças de vestuário (botas, lingerie, meias, sapatos, etc.) ou por partes do corpo (pés, nádegas, peitos, pénis, etc.), etc. Para um "verdadeiro" fetichista esse objecto de desejo (por exemplo, parte do corpo ou vestuário) tem de estar presente para que exista excitação e/ou orgasmo. Em situações mais extremas, o fetichista pode chegar a substituir o parceiro pelo objecto, masturbando-se com ele. (Veja mais sobre Fetichismo aqui).
Podemos dizer que o fenómeno do travestismo está presente desde tempos imemoriais. Mas será por volta dos anos 90 que se começa a verificar, nas comunidades gay de São Francisco, o surgimento de pessoas biologicamente masculinas, com um comportamento social feminino, com tratamentos cosméticos, hormonais e alguns cirúrgicos, mas sem cortar o pénis (chamados Shemales). São então vistos, na altura, como "uma espécie de mulher com pénis".
Embora nem todos, muitos shemales acabam por seguir a vida da prostituição. Os seus clientes, maioritariamente homens, procuram-nos, muitas vezes pelo risco, por ser uma questão tabú/proibida, para experimentar algo sexualmente diferente ou por gostarem da atitude destas pessoas. Na sua maioria, estes homens, procuram shemales com o objectivo de serem penetrados, embora refiram não desejar estar com outros homens para o mesmo efeito. Muitos chegam a referir sentir-se repugnados só com a ideia de poderem estar com outros homens, considerando-se essencialmente heterossexuais.
A estimulação do ânus, recto e alguns órgãos adjacentes, como é o caso da próstata, muitas vezes, é suficiente para provocar um orgasmo, no homem, independentemente da orientação sexual (veja mais informações sobre Pegging aqui).
Refere que no inicio do vosso namoro suspeitava que ele gostava de homens. O que a leva a dizer isso? Que sinais viu para afirmar isso? Se ele for homossexual, o que o leva a procurar shemales? Procure esclarecer as suas duvidas, seja sincera e respeite as respostas que ele lhe for dando. Parece-me que têm bastante abertura na vossa relação para falar sobre sexualidade. Aproveitem esta oportunidade para esclarecer o que o leva a procurar este tipo de actividade sexual. Partilhem com sinceridade as vossas fantasias e desejos. Independentemente de tudo, não se esqueça que o seu namorado poderá desejar estar com shemales sem ser "homossexual", ou desejar ser mulher.
Penso que o mais importante, nisto tudo, é ... e o que ele sente por si?
Espero ter ajudado,
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O que é "Ter Sexo"?
No geral, os homens gay do Reino Unido encaram a prática sexual de forma mais lata.
- 84.9% encara o sexo oral (pénis na boca) como “ter sexo”, enquanto apenas 71.6% dos homens gay dos E.U.A. avaliaram como tal;
- a grande diferença, deste estudo, reside no uso de objectos/brinquedos sexuais (e.g. dildos, vibradores), cerca de 77.1% dos participantes do Reino Unido e apenas 55% dos participantes E.U.A. concordaram que essa prática era uma forma de "ter sexo".
Este tipo de estudos é importante, pois alerta para a necessidade da definição de conceitos como é o caso de “TER SEXO”. Não podemos esquecer que muitos estudos na área da saúde que visam avaliar aspectos tão variados como “comportamentos de risco” e “frequência sexual” não têm em conta estas diferenças culturais.
É também importante que os investigadores e técnicos de saúde (e.g. médicos, psicólogos, enfermeiros) não pressuponham que a sua ideia de “ter sexo” é a mesma que a dos inquiridos, principalmente quando se trata de analisar comportamentos para avaliar o risco de transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Países aceitam melhor a homossexulidade
Perguntas e Respostas - Será homossexual?
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Veja informações sobre Homossexualidade aqui e Bissexualidade aqui
amplos bring out - Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual
Para mais informações consulte o BLOG da "amplos bring out "aqui
(Re)Conversão de GAYs
Para os mais distraídos talvez o video ajude alguma coisa...
Associação Americana de Psicologia (APA) ... e eu...
repudiamos a hipótese de (re) conversão
A Associação Americana de Psicologia (APA) desaconselha os profissionais de saúde mental a dizerem aos seus clientes homossexuais que se podem tornar heterossexuais através de terapia ou outros tratamentos. Numa resolução aprovada pelo conselho executivo da APA e num relatório anexo, a associação emitiu o seu "mais amplo repúdio" face à terapia da reconversão, um conceito defendido por um pequeno mas insistente grupo de terapeutas norte-americanos, muitas vezes aliados a grupos religiosos.
Em Portugal, este tema esteve na origem de uma petição dirigida ao bastonário da Ordem dos Médicos (OM) por centenas de técnicos de saúde mental, exigindo um esclarecimento da direcção e uma tomada de posição do Colégio da Especialidade de Psiquiatria. A petição foi lançada em Maio, na sequência de um artigo em que o presidente do Colégio de Psiquiatria da OM, José Marques Teixeira, considerava possível dar resposta a um homossexual que pedisse ajuda médica para mudar de orientação sexual. F
Forçar a mudança pode levar à depressão e ao suicídio "Não há qualquer evidência sólida de que essa mudança seja possível", lê-se na resolução, aprovada pelo conselho executivo da APA, por 124 votos a favor e quatro contra. Alguma investigação sugere mesmo que os esforços para produzir essa mudança podem ser prejudiciais, induzindo à depressão e a tendências suicidas, acrescenta.
A associação assumiu como ponto de partida para o seu relatório a convicção de que a homossexualidade é uma variante normal da sexualidade humana, apesar de continuar a ser estigmatizada de formas que podem ter consequências negativas.
Em vez de tentarem mudar os “gays”, a entidade exorta os terapeutas a considerarem múltiplas opções - desde o celibato à escolha de outras igrejas - para ajudar os seus clientes a viverem vidas espiritualmente compensadoras em instâncias em que a orientação sexual entre em conflito com a confissão religiosa.
"A fé religiosa e a psicologia não têm de ser encaradas como opostas", afirma-se no relatório, que apoia abordagens "que integrem conceitos da psicologia da religião e da psicologia moderna da orientação sexual".
Fonte: http://www.cienciahoje.pt
O casal deve partilhar fetiches?
"As fantasias eróticas, se a intimidade obtida permite a sua partilha, são potentes afrodisíacos, sem prejuízo de cada um dos parceiros poder albergar algumas que não deseja revelar. Quanto aos fetiches, no sentido patológico, a partilha não resolve o problema. Em geral, ao fim de algum tempo o parceiro/a do fetichista sente-se relegado para segundo plano e mal desejado", explicou ao CM Júlio Machado Vaz, reconhecido sexólogo, acrescentando que só existe vantagens na partilha de fantasias eróticas entre o casal: "Desde que, obviamente, as fantasias e os actos delas decorrentes sejam consensuais. No caso do fetiche, a partilha do problema pode, pelo menos, pacificar angústias e desaguar num pedido de ajuda."
Muitas mulheres optaram por manter os desejos sexuais em segredo por receio: "Algumas diziam que estava fora de questão partilhar essas fantasias eróticas com o parceiro, porque sabiam de antemão que não iam ser bem aceites."
EXEMPLOS
SHOW LÉSBICO
A fantasia mais vezes colocada em prática. Acompanhantes ou, por vezes, amigas ajudama concretizar este desejo.
PERSONAGENS
Conhecido por ‘role playing’, consiste em pedir à outra pessoa que actue segundo um certo papel: polícia, enfermeira, cowgirl etc.
INVERSÃO DE PAPÉIS
A mulher assume o papel do homem, penetrando-o com objectos fálicos.
BOTÃO DE ROSA
A estimulação oral do ânus é um dos fetiches mais difíceis de assumir por parte do homem.
"FANTASIA REFORÇA A RELAÇÃO" (Júlio Machado Vaz, Sexólogo)
Correio da Manhã – Quais as diferenças entre fetiche e fantasia?
Júlio Machado Vaz – Falamos de fetiche e fetichista quando alguém (em princípio homem) só obtém satisfação sexual na presença de um determinado objecto ou parte do corpo da parceira/o. Isso restringe em muito a vida sexual da pessoa e, em geral, provoca problemas na relação. As fantasias permitem ao casal construir cenários que reforçam a relação sexual.
– Quais as principais preocupações de um casal nas consultas?
– As fantasias só são problemáticas quando um dos parceiros se sente pressionado pelo outro a aceitar comportamentos que colidem com os seus princípios. No caso do fetiche, o pedido habitual é o de ajuda para que o funcionamento sexual do fetichista se liberte do espartilho e não fique dependente de um cenário repetitivo que é a negação da liberdade erótica.
– Quando assume contornos patológicos?
– O fetichismo a que me refiro é patológico por se tratar de um comportamento compulsivo sem alternativa. Completamente diversas e normais são as pequenas preferências que apimentam uma relação sexual. Uma coisa é não conseguir funcionar na ausência, por exemplo, de sapatos pretos, outra é preferir essa cor mas aceitar sem problemas outras variantes cromáticas.
União civil registada divide AR e partidos
Casamento 'gay' discutido na AR na próxima sessão
Manuela Ferreira Leite acusada de discriminação
Em nota de imprensa, a ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero afirma que Manuela Ferreira Leite «admitiu sem hesitações que discriminava gays e lésbicas, defendendo a manutenção do "apartheid" legal no acesso ao casamento civil».
Na terça-feira à noite, numa entrevista à TVI, a primeira desde que foi eleita presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite disse aceitar as ligações homossexuais mas estar contra o seu reconhecimento como casamento.
«Eu não sou suficientemente retrógrada para ser contra as ligações homossexuais, aceito-as, são opções de cada um, é um problema de liberdade individual sobre o qual não me pronuncio. Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente», disse a presidente do PSD.
«Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, de regalias e até de medidas fiscais no sentido de promover a família como algo que tem por objectivo a procriação. É uma realidade. Chame-lhe o que quiser, não chame é o mesmo nome. Uma coisa é casamento, outra coisa é qualquer outra coisa», acrescentou.
Reagindo a estas declarações, a direcção e o grupo de intervenção política da ILGA, que assinam o comunicado, sublinham que a Constituição proíbe a discriminação com base na orientação sexual desde 2004 - «aliás, a revisão do artigo 13º (Princípio da Igualdade) fez-se com os votos favoráveis do PSD» - pelo que «não é possível manter por isso um "apartheid" legal como o que Manuela Ferreira Leite defende».
A ILGA assinala ainda que «Manuela Ferreira Leite, que se apresenta como conhecedora de aspectos fiscais, parece ignorar que a Lei de Uniões de Facto de 2001 - que abrange casais de pessoas do mesmo sexo - concede exactamente o mesmo estatuto fiscal a unidos de facto e a cônjuges, pelo que as famílias constituídas por casais de pessoas do mesmo sexo já usufruem das referidas "medidas fiscais"».
A presidente do PSD «parece julgar que existe uma única família a promover. Esperamos que se aperceba rapidamente de que existem muitas famílias em Portugal e que, se tem como objectivo que o seu partido se apresente como uma alternativa de governo, terá que contar com o apoio de muitas delas. Seria também importante compreender que o casamento não implica procriação e que a procriação não implica casamento», adianta a ILGA.
Quanto à posição de Manuela Ferreira Leite acerca da designação a usar para a união de duas pessoas do mesmo sexo, a Associação diz que é comparável ao que sucedeu no alargamento do casamento a escravos.
«Porque estes viriam sujar o nome do casamento, optou-se por um nome diferente: "contubérnio". Como Manuela Ferreira Leite partilha esta ideia de que, tal como os escravos, lésbicas e gays não são cidadãs e cidadãos de pleno direito, o nome do casamento para escravos será talvez o que melhor se adequa à sua visão do mundo», escreve a Associação na nota de imprensa.
Para a ILGA, «a imagem de alternativa política para o país» que a líder social-democrata «tenta construir também não se coaduna com a promoção da desigualdade, ao arrepio dos movimentos que atravessam os países mais desenvolvidos, a começar pela vizinha Espanha» e as suas declarações «vêm provar uma vez mais que fracturante não é a reivindicação de igualdade; fracturante é a discriminação».
Também em reacção às declarações de Manuela Ferreira Leite, o presidente da associação Opus Gay, António Serzedelo, afirmou hoje à Lusa que «existe uma diferença entre o matrimónio e o casamento» e que «o que Manuela Ferreira Leite não entende é que as pessoas não se casam só para ter filhos mas porque amam o seu parceiro».
«O mais importante é antes de tudo a concessão de direitos aos casais. O que acontece hoje é que se tem direitos sem a atribuição do nome casamento, embora seja muito importante para nós ter esse reconhecimento», acrescentou o dirigente da Opus Gay, uma organização cívica de carácter social criada para promover a solidariedade entre todos os membros da comunidade gay, lésbica, bissexual e transgénero.
SIDA - Mais casos nos "grupos de risco"
Cruz Vermelha alerta para situação de marginalização e
Só no ano passado, 2,1 milhões de pessoas morreram vítimas de sida, doença que a Cruz Vermelha considera uma grande tragédia.
Prostitutas, homossexuais e toxicodependentes são, há muito, considerados grupos de risco quando se fala de VIH/SIDA.
De acordo com o último relatório sobre a doença, realizado pela Cruz Vermelha Internacional, o número de casos tem vindo a aumentar nestes grupos que, por serem considerados marginais, são muitas vezes impedidos de receber tratamento.
Este ano, em vez de se centrar nas tragédias naturais, o relatório aposta na denúncia dos casos de SIDA que, segundo refere, «é um desastre complexo e de longo prazo em muitos níveis», confirmando que, «para os marginalizados em todo o Mundo, as taxas estão a aumentar».
Estes grupos, acrescenta, que vivem à margem da sociedade em muitos países, especialmente naqueles em vias de desenvolvimento, «enfrentam o estigma, a criminalização e têm pouco, se algum, acesso à prevenção e aos tratamentos».
Ao todo, revela o relatório, 2,1 milhões de pessoas perderam a vida no Mundo, durante o ano passado, vítimas de SIDA. Muitas mais poderiam ser salvas se, diz a Cruz Vermelha, «os líderes religiosos e políticos resolvessem adoptar acções» para que seja dada prioridade a esta doença e se possa apostar em pôr fim ao estigma.