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Perguntas & Respostas - Traição pela Internet

Traição

"Ele marca encontros através da Internet"

Aqui fica mais um pedido de ajuda de uma leitora do nosso BLOG.
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Estes testemunhos são reais e poderão ajudá-l@ a compreender também os seus problemas...
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Estou num momento muito difícil da minha vida, descobri que meu marido tem um comportamento muito diferente do que eu imaginava. Somos casados há 9 anos, eu tenho 32 e ele 35. Descobri que ele marca encontros com outras mulheres através da Internet. Não sei o que fazer, ele disse-me que está arrependido, que me ama e que não se quer separar ... preciso muito de ajuda, estou muito angustiada e não sei como superar isto e enfrentar este momento.

Obrigada,

A nossa resposta




Cara amiga, a descoberta de uma traição é uma dor muito difícil de suportar, principalmente quando vem de alguém que amamos. Se pretende manter o casamento diga ao seu marido como lhe está a ser difícil lidar com a situação. Existe algo que não se deve comprometer que é “esquecer” o sucedido, pois infelizmente ainda não inventaram uma borracha para apagar os momentos menos bons da vida. Pode-se perdoar, mas esquecer é algo impossível de fazer, pelo menos voluntariamente. A leitora refere que o seu marido está arrependido e que não deseja o divórcio. Procure saber o que o levou a procurar sexo com outras mulheres e qual o motivo para ele não querer o divorcio. Depois vejam o que estão dispostos a fazer para recuperarem a vossa relação. Fique atenta aos pequenos sinais que o seu marido possa dar de que realmente está empenhado em mudar. Entretanto, e porque uma relação não é só sexo, considerem a possibilidade de procurar ajuda especializada para lidarem com este difícil momento para ambos.

Obrigado pela sua questão,

Abraço,


Fernando Eduardo Mesquita
Psicólogo - Sexólogo Clínico
Tel: 969091221



Veja outras questões dos nossos leitores
aqui.
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Infidelidade emocional (parte 4)


(continuação)

Deverá um casal partilhar tudo? Desde as mensagens de telemóvel às senhas de e-mail, como incentivo para uma relação aberta e honesta?

Mesmo numa relação amorosa, as pessoas têm direito a ter alguma privacidade. Partilhar tudo pode ser demasiado.

Dito isto, o acesso às contas de e-mail individuais, das mensagens do telemóvel e contas bancárias, como forma de controlo do parceiro pode revelar-se contraproducente para estabelecer a confiança. Há uma mensagem subjacente no querer ter acesso total aos domínios protegido por senha que diz: "Estou à espera de te apanhar em algo errado."

Além disso, o parceiro/a poderá sentir que está a ser "controlado/a" ou gerido como se fosse uma criança. Isto não é saudável para a relação, nem para a vida sexual, uma vez que faz crescer as acusações mútuas no casal.

Como fomentar uma atmosfera de confiança na sua relação?

- Mantenha as senhas e outras informações essenciais, como registos bancários, num local seguro mas que o seu parceiro possa ter acesso em caso de emergência. Se você não se sentir confortável com essa situação, escolha um amigo ou membro da família para manter essas informações.

- Deixe o seu e-mail aberto, às vezes, no computador para mostrar que não tem nada a esconder. Deixe-o/a ficar com o seu telemóvel quando vai correr ou tomar um duche. Isto cria um ambiente de abertura e confiança.

- Acabe com os chat´s, e-mails, ou chamadas de telefone, de ex-relações e que sinta que poderá ainda haver algo de intenso entre vocês. Diga: "Neste momento estou numa relação que prezo muito. Desejo-te o melhor…"

É normal andar a "bisbilhotar" o parceiro?

Quem já não teve a tentação de saber o conteúdo das mensagens de telemóvel ou de e-mail do parceiro? A curiosidade é normal.

No entanto, passar à acção e começar a “bisbilhotar” as mensagens do seu parceiro porque desconfia que está a ser traído/a é uma questão completamente diferente. Geralmente, se isso acontece é porque você suspeita que alguma coisa não vai bem na relação. Há dois resultados possíveis:

- Você descobre provas de infidelidade.

- Você não encontra nada mas, mesmo assim, continua a sentir-se desconfiado/a.

Como abordar um parceiro quando encontra provas de infidelidade

Independentemente de já desconfiar, ou não, que algo está mal na relação, o confronto com as provas de infidelidade é sempre um choque emocional associado a sentimentos de raiva, tristeza e tudo mais.

Certamente que é uma fase difícil, mas o melhor para si (e para a sua relação) será esperar até se sentir calmo/a para confrontar o/a seu/sua parceiro/a com as respectivas provas.

Eis algumas dicas que poderão ser úteis para quando se sentir preparado/a:

- Aponte os seus pensamentos e objectivos para a conversa;

- Escolha um tempo para falar quando estiverem apenas os dois e sem distracções;

- Admita o que descobriu - não procure “encurralá-lo/a” com perguntas do tipo “tens alguma coisa para me contar?”;

- Diga-lhe como essa descoberta o/a fez sentir. Concentre-se nos seus sentimentos, em vez procurar acusações ou culpas;

- Aceite a possibilidade de existir uma explicação razoável;

- Se o/a seu/sua parceiro/a admitir o comportamento ou a infidelidade, agradeça-lhe a sua honestidade e peça-lhe para continuarem a conversa mais tarde, pois nesse momento deverá sentir uma escalada das suas emoções que não ajudarão a clarificar a situação. Não tente obter todos os detalhes nesse momento;

- Se o/a seu/sua parceiro/a negar ou tentar racionalizar a sua descoberta, continue atenta/o até ter novas provas. Se acredita que sua saúde está em risco, por causa de doenças sexualmente transmissíveis e práticas sexuais inseguras, tome precauções (por exemplo, use preservativo) ou fale com o/a seu/sua parceiro/a directamente dizendo-lhe que está preocupada/o com sua saúde sexual.

Limpar o passado: que detalhes da infidelidade devem partilhar?

Muitos dos parceiros traídos têm um desejo enorme em saber o ínfimo detalhe da situação. O parceiro infiel poderá, por seu lado, procurar evitar dar respostas a estas questões para evitar ainda mais dor e raiva.

Tentar minimizar, esconder ou não revelar a verdade de um caso apenas irá causar mais danos à relação, talvez de forma irremediavel:

Esclareçam, com detalhe, os seguintes pontos;

- Quando começou;

- Quem iniciou;

- Existiu contacto sexual?

- Que tipo de comunicação foi (e como foi) partilhada, e-mails, chat´s, mensagens, chamadas telefónicas ou cartas?

- Que “omissões” foram feitas: dizia que estava a trabalhar, ou no computador, até tarde?

- Inventou histórias para estar com essa pessoa?

- Terminou, ou pretende terminar, essa relação extra-conjugal?

Top 10 das emoções de um parceiro traído

As emoções andam à solta depois da descoberta de uma traição. Muitas pessoas descrevem a sensação como irreal, como se estivessem a viver a vida de alguém, uma vez que tanta coisa é posta em causa depois de descobrirem que o/a parceiro/a foi infiel.

Mais comummente, os parceiros traídos sentem:

- Extrema ansiedade e/ou pânico;

- Depressão (incluindo as alterações do sono e do apetite);

- Raiva

- Tristeza;

- Medo de perder o/a parceiro/a;

- O desejo de divórcio ou de deixar a relação;

- Mudanças repentinas de emoções;

- Pensamento obsessivo sobre o assunto;

- Aumento do desejo sexual pelo/a parceiro/a;

- Desgosto com a possibilidade de vir a haver sexo com o/a parceiro/a;

- Falta de confiança no/a parceiro/a

Embora estas emoções possam surgir de forma poderosa e esmagadora, é importante saber que elas vão diminuir com o tempo. Evite fazer decisões precipitadas nas primeiras semanas. Além disso, evite dizer palavras desagradáveis de que poderá vir a arrepender-se.


Adaptado do original de GoodInBed.com.

Quando os casais falam de sexo...


A qualidade comunicacional no casal tem sido apresentada como uma das melhores formas de prever a satisfação conjugal. Grande parte dos estudos sobre os processos de comunicação no casal tem recorrido a gravações de vídeo para analisar as expressões faciais e os comportamentos não-verbais do casal, durante a discussão sobre determinados assuntos.

Os estudos têm revelado que a comunicação dos casais menos felizes é caracterizada por níveis elevados de comportamento negativo (por exemplo, expressões de desdém) e baixos níveis de comportamento positivo (por exemplo, a validação).

Num estudo mais recente, avaliou-se a comunicação de diversos casais quando discutiam assuntos de cariz sexual. Neste estudo, participaram jovens recém-casados, que aceitaram que as suas interacções comunicacionais fossem gravadas, quando falavam sobre questões sexuais e não sexuais, a fim de determinar se estas interacções poderiam prever a satisfação conjugal. Os resultados mostraram que os comportamentos negativos durante as discussões sobre assuntos não sexuais não tiveram um impacto significativo na satisfação conjugal. Em contraste, verificaram-se baixos níveis de satisfação com a relação, principalmente nas mulheres, quando existiram expressões faciais e comportamentos não-verbais negativos, durante a discussão de um problema sexual.


Gostaria de melhorar a comunicação com a pessoa amada? Contacto

CIÚME



1. Quem é mais ciumento: o homem ou a mulher?

Embora, culturalmente, se associe o ciúme às mulheres a verdade é que existem muitos homens ciumentos. Considero que é um fenómeno presente tanto em homens como mulheres. O tipo de ciúme, e como se manifesta, é que poderá variar. Diz-se, normalmente, que o receio dos homens é serem traídos fisicamente pela mulher, enquanto que, a mulher teme mais uma traição a nível emocional. Esta traição no homem é interpretada, muitas vezes, como não ser tão homem como o outro (muito ligado à masculinidade). Os homens ciumentos tende a ser mais violentos, ao passo que as mulheres ciumentas têm por comportamento, normalmente, questionar constantemente o parceiro sobre a sua genuína fidelidade e amor por elas.

2. O ciúme atrapalha, de facto, as relações?

Sem dúvida que pode atrapalhar, imagine o que é viver numa relação onde por mais sincera que seja, o outro duvida constantemente da sua verdade. Imagine o que é ser “perseguida 24 horas/dia”. Para não falarmos de situações de violência (verbal ou física) que por vezes podem existir.

3. Que complicações pode trazer os ciúmes para a vida familiar?

O que de início até pode ser agradável, isto é, o outro (o ciumento) “mostrar que gosta de nós” com as ditas “cenas de ciúmes”, perguntando “Onde estivemos? Com quem? A fazer o quê?”, etc. Aos pouco pode levar a um afastamento progressivo e ao término da relação, muitas vezes, de forma agressiva.

4. O ciúme deve ser encarado como uma doença quando obsessivo?

Essa parece-me ser a grande questão: sabermos qual é o limite entre o que é normal e o que é patológico. De qualquer forma, quando este sentimento se torne insuportável para ambas as partes, estamos perante algo que está mais a prejudicar do que a favorecer a relação.

Quando o ciumento duvida constantemente do parceiro, entra num ciclo com receio de perder o outro e procurar controlá-lo cada vez mais. Isto poderá fazer com que o/a companheira/o sinta que o seu espaço pessoal está a ser invadido, sentindo-se magoado/a pelo comportamento que o ciumento está a ter o que poderá fazer com que se afaste progressivamente da relação. É nesta altura que ciumento começa a sentir este afastamento e investe ainda mais no controlo do outro e no seu receio de ser abandonado, podem surgir pensamentos como “tinha razão, ela já não me liga”; “ela anda com outro de certeza…”,etc. Muitas vezes, este ciclo acaba num grande sofrimento de ambas as partes.

Se o ciúme surge do desejo pelo outro, o que o alimenta é a frustração de não conseguir controlá-lo. Em casos extremos, esta noção de que não se consegue controlar o outro pode dar azo à violência ou até mesmo ao crime, aí sem dúvida, estamos perante um fenómeno patológico.


5. Muitos encaram o ciúme como prova de honra. Concorda?

Normalmente, o ciúme é alimentado pelo medo de perder algo que se tem, ou se deseja ter. Isso pode significar que existe um interesse no compromisso e na continuação da relação. Atenção, refiro “interesse” e não “amor”, pois pode haver interesse mas não haver amor, mas também pode ser um ciúme por amor. Ou seja, nem todos os ciumentos estão perdidos de amor pela/o companheiro/a, pode haver uma ciúme ligado a outros aspectos, tais como dificuldade em lidar com a rejeição, receio de ficar sozinho, insegurança, interesses financeiros, etc.

Existem mesmo pessoas que consideram que onde há amor tem de haver ciúme … porque este representa o sentimento de posse e de não querer perder o que se tem.




Nota: este texto é parte de uma entrevista que dei à jornalista Andreia Martins do Jornal 24 horas

Como reduzir as inibições?


Os problemas sexuais surgem, muitas vezes, em consequência de certas inibições. As mais comuns incluem:

  • Preocupação com os odores corporais;
  • Não querer ser visto nu/nua;
  • Ansiedade em relação a determinadas partes do corpo;
  • Nervosismo a propósito de certo comportamento sexual (por exemplo, sexo oral);
  • Sentir-se demasiado exposto/a durante o sexo

A Terapia Sexual, com base numa intervenção Cognitiva e Comportamental, procura ajudar as pessoas a superarem estas, e outras, inibições. Para esse efeito, é proposto que a pessoa, com estas dificuldades, se vá expondo à fonte de inibição, numa série de passos controlados. Por exemplo, alguém que fica nervoso por fazer amor com as luzes acesas poderá começar por experimentar iluminar o quarto com uma única vela. Quando se sentir mais confortável, a luz pode ser aumentada para várias velas, depois para um candeeiro de cabeceira e, finalmente, para uma luz mais forte. A ideia é ir ganhando confiança progressivamente e, sempre que a pessoa se sentir insegura numa determinada fase, volta simplesmente à anterior até ficar mais à vontade.


A Terapia Comportamental recorre também a outras técnicas para a descontracção, como exercícios de relaxamento muscular e respiração profunda.


Adaptado do original de Anne Hooper, Sexo - perguntas e respostas, Civilização Editores


Gostaria de ter uma consulta de sexologia? Contacto


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INFIDELIDADE

- Sexo fora do casamento ... uma massagem ao Ego -
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Uma relação extraconjugal é uma relação sexual entre duas pessoas das quais, pelo menos, uma é casada, ou tem uma relação duradoura, com outra pessoa. Prefiro usar o termo de relacionamento extraconjugal em vez de infidelidade. Isto porque infidelidade muitas vezes implica um juízo de valor (alguém que não cumpriu um compromisso moral ou que não foi fiel ... fiel de fé...).
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Segundo diversos estudos, 80 a 90% das pessoas, no início do casamento, são absolutamente contra qualquer espécie de "infidelidade". No entanto, com o avançar dos anos, da relação, os valores estatísticos diminuem drásticamente.
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Porque será que surge esta necessidade de se ter relações extraconjugais?
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Diversos estudos têm apontado 3 elementos inerentes e que se revelam fundamentais para a existência da necessidade de um relacionamento extraconjugal: o segredo, a excitação e o risco.
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Segundo Reibstein e Richards "o segredo é o centro da maior parte das infidelidades, enquanto a honestidade é suposto ser o centro da maioria dos casamentos". Na realidade, segundo estes autores, quando o relacionamento extraconjugal é descoberto, tem tendência e acabar, por isso mesmo, porque deixou de ser "segredo".
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É o risco associado à relação extraconjugal que a torna tão excitante. Quem nunca ouviu dizer que "o fruto proibido é o mais apetecido..."?. O casamento pode ser emocional, intimo e sexualmente satisfatório. Mas é familiar e não é proibido. Esta familiaridade pode levar ao tédio, desinteresse e estagnação. A infidelidade surge, assim, alimentada por "sede" de excitação.
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O suspense do segredo e a sua partilha são elementos fundamentais e explicam como, muitas vezes, as relações extraconjugais se prolongam para além do suportável.
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A grande motivação masculina será a sexual, enquanto as mulheres se envolvem, sobretudo por problemas emocionais. Os homens habituam-se a um sexo sem afecto, que se reforça na variedade e na novidade. A mulher, por sua vez, é educada para ser mais selectiva. A sua sexualidade desenvolve-se num contexto emocional.
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Diferentes tipos de relações extraconjugais
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De forma geral, considera-se que a existência de uma relação extraconjugal é o sintoma de que alguma coisa falhou no casamento. Sendo assim, podemos encará-la sob 3 perspectivas diferentes:
  • Uma relação extraconjugal de cariz marcadamente sexual aponta para uma sexualidade pouco gratificante no casamento;
  • Uma relação extraconjugal que se reveste de aspectos emocionais é sinal de que não existe uma boa comunicação e a expressão dos afectos no casamento é deficitária;
  • Se a relação extraconjugal é excitante, muito provavelmente, estamos perante um casamento que se tornou monótono.
Porém, não podemos esquecer que, muitas vezes, uma relação extraconjugal é mais o resultado de crises pessoais do que da problemática conjugal. Inseguranças e baixas de auto-estima sempre se compensaram com sexo e amor. Uma relação extraconjugal é, muitas vezes, uma excelente massagem no ego.
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E se acontecer comigo?
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Muitos casamentos não resistem e a sua dissolução é um processo irreversível. Outros sobrevivem, mas através de um processo de recuperação que, com ou sem ajuda externa*, é sempre doloroso. Sobrevive-se, mas as coisas passam a ser diferentes. Piores? Não necessariamente. Apenas diferentes.
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* Caso sintam que não conseguem ultrapassar a situação sozinhos, e se consideram que ainda vale a pena "lutar" pela relação, ponderem procurar a ajuda de um psicólogo ou sexólogo.
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Texto adaptado do original de Francisco Allen Gomes, Paixão Amor e Sexo, Ed. DomQuixote

SEXOlogo

"Para que raio devo anotar na minha agenda o número de um sexólogo?"

Há casais que levam a vida toda sem consultar um especialista em assuntos que têm a ver com a sua intimidade sexual. Não estou a dizer que se inventem problemas neste domínio, mas que se saiba a quem recorrer quando eles existem; é a melhor forma de evitar os longos períodos de angústia e incerteza. Tanto o casal que disfruta de uma vida sexual activa, como os amigos que aparecem a pedir ajuda, devem informar-se sobre a área que cabe a cada um dos especialistas e como se pode entrar em contacto com eles. Eis alguns exemplos:

  • Ginecologia - especialidade médico-cirúrgica que se dedica ao estudo do sistema reprodutor feminino e ao diagnóstico e tratamento das doenças que o afectam;
  • Urologia - especialidade que se ocupa das perturbações e doenças do aparelho urinário dos dois sexos e do sistema reprodutor masculino;
  • Andrologia - especialidade médica dedicada à saúde masculina, particularmente nas áreas da função sexual e do sistema reprodutivo masculino.
  • Obstetra- é o médico que faz o acompanhamento da gravidez e da assistência do parto e dos cuidados pós-parto;
  • Terapeuta conjugal - especialista que ajuda os casais em situação de conflito constante ou quando há distanciamento entre os conjuges;
  • Sexólogo (terapeuta sexual) - é um especialista que ajuda indivíduos ou casais com problemas de funcinamento sexual. Normalmente a terapia sexual não é muito prolongada no tempo, pois trata problemas específicos de funcionamento sexual. Em algumas situações é usual complementar com consultas de ginecologia ou de urologia no início do tratamento, para avaliar se existem problemas a nível físico;
  • Serviços de planeamento familiar - é um serviço destinado a apoiar e a informar os indivíduos ou casais, para que estes possam planear uma gravidez no momento mais apropriado, proporcionando-lhes a possibilidade de viverem a sua sexualidade de forma saudável e segura. Consulta a página da Associação para o Planeamento da Família (APF).
  • Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA (CAD) - Os CAD permitem o acesso voluntário, confidencial e gratuito ao teste do VIH. Nestes centros é utilizado um teste rápido que permite saber o resultado em cerca de 30 a 60 minutos, muito embora este teste só seja fiável se for feito três meses após o comportamento de risco.

Os números de telefone de alguns destes especialistas deviam constar da agenda de telefones de todas as casas. Se já está em idade de ter a sua vida sexual, também está na idade de assumir responsabilidades.


Adaptado do original de Dr.ª Ruth Westheimer "Guia Sexual do Casal", Temas da Actualidade, 1988

Sexo, Tédio e Casamento


O seu casamento entrou na monotonia?
Existe um consolo: quase todos passam pelo mesmo ...

A comédia da vida privada não costuma ter muita graça para os protagonistas. Domingo à tarde, por exemplo, ele senta-se frente à televisão para assistir ao futebol, e ela, amuada, não pode abrir a boca. O domingo é só o prefácio de mais uma semana que se segue... De segunda a sexta, o casal troca algumas frases burocráticas pela manhã, de preferência antes de ele agarrar o jornal para ler. À noite, ela vê a novela e ele ronca no sofá. O marido faz uma observação mesquinha sobre o serviço doméstico e a mulher recita a cantilena de que ele só sabe reclamar, que não a elogia, que sempre foi ausente e que desta forma não dá. Na hora de dormir, cada um vira-se para seu lado na cama e o “boa-noite” protocolar encerra mais um dia de matrimônio.

Quem nunca passou por algo semelhante? Na verdade: em questões de casamento, o inferno é sempre o outro.

Acontece nos melhores contos de fadas. Fatalmente chega um dia em que se descobre que a pessoa que dorme no travesseiro vizinho, por quem o coração batia forte, se transformou num hábito.

Quando os cônjuges são maduros, se admiram, respeitam e se sentem razoavelmente atraídos um pelo outro, conseguem entender que há compensações muito boas na estabilidade. “A crise é um estalo de intolerância. Mas, quando se gosta da pessoa, a tolerância é maior".

A frustração com o casamento surge porque este existe para fornecer rotina, uma base sólida para a criação dos filhos e a manutenção da família, e não para proporcionar aventura (excitação).

Quando os sentimentos mais profundos não são colocados em pratos limpos, quando não se discute a relação, as "picuices" do dia-a-dia assumem uma dimensão maior do que a desejável. Acabam por transformar-se num ritual que só reafirma o tédio ou alimenta o poço dos ressentimentos. Muitas pessoas sustentam um casamento mau durante anos a fio porque têm medo de falar sobre o que está realmente errado. Acham que, se discutirem os problemas de relacionamento, o casamento acaba.

Talvez as pessoas façam isso não por insensibilidade ou deficiência emocional — mas talvez porque reconhecem a importância do casamento na organização da sociedade e das suas próprias vidas. A relação estável, de preferência monogâmica, não é a única forma de convivência entre os sexos, mas está sacramentada como a mais conveniente. Leis, religiões e a moral convencional estimulam o casamento e punem o adultério.

Este arranjo, no entanto, tem um aspecto muito realista, como as dietas alimentares. O que faz bem à saúde é a combinação de grelhados com saladas e grãos integrais, mas sonha-se secretamente com a saciedade da feijoada e do chocolate.

Só a experiência parece ser capaz de demonstrar que o casamento não é, nem pode ser, um eterno banquete. Muitas vezes em Terapia de Casal vemos que a maioria dos "pombinhos" apanham "um susto pós lua-de-mel". As pessoas pleneiam tudo nos mínimos detalhes até ao casamento e não se informam do que as aguarda depois.

Na tentativa de salvar as suas ilusões pré-matrimoniais, é comum que marido e mulher insistam em preservar uma imagem idealizada do parceiro, construída nos tempos de namoro. Essa imagem, acaba por se esmorecer ao longo da monotonia que vivem. Daí surge, muitas vezes, a desilusão.

Não podemos esperar que o casamento seja como a fase de namoro. As expectativas devem mudar com a convivência e a realidade. A volúptia do sexo electrizante, vivido nos primeiros tempos, está fadada a desaparecer da maioria dos casamentos. A boa notícia é que mesmo assim podemos continuar a viver.
Maridos e mulheres fiéis são aqueles que, colocados diante da opção, escolhem a estabilidade. Infiéis são os que, por falta de um elemento mais forte que os mantenha atados ao parceiro, cedem ao impulso da curiosidade.


Se a esta altura você já se pergunta se o seu casamento acabou, das duas, uma:
  1. ou ele já chegou ao fim, e você apenas está a adiar a hora de decretar a falência da instituição,

  2. ou então está na hora de encontrar uma maneira de salvá-lo.
Salvar o casamento é uma actividade de risco à qual se dedicam cada vez mais casais. Um casamento feliz é obra de "reengenharia" constante.

Os velhos truques sobre como manter “a chama acesa ” do sexo e da sedução andam fora de moda. Para fugir do tédio e manter o interesse pelo parceiro, devem-se fazer planos e renovar projectos comuns. Uma mudança na casa, uma viagem ao estrangeiro e até mesmo obrigar-se a sair regularmente com amigos são alguns dos conselhos dos Terapeutas de Casal.

Uma das grandes dificuldades do casamento é sincronizar as vontades. É um tormento quando um quer ir ao cinema e o outro quer ficar em casa; quando um quer ver televisão e o outro, ouvir música; quando um quer dormir e o outro quer fazer sexo".

Sincronizar as vontades exige que os dois aprendam a ceder, sem que isso configure uma derrota. O segredo é ser-se paciente e tolerante. Um bom casamento exige esforço, trabalho e empenho.

Um estudo realizado nos Estados Unidos, com 243 casais entre os 40 e os 13 anos de casados, relacionou as cinco estratégias mais utilizadas para manter uma união firme. São elas:
  1. "mimar" o parceiro, de vez em quando, com presentes inesperados;

  2. conversar sobre o relacionamento;

  3. dividir as tarefas domésticas;

  4. realizar actividades conjuntas;

  5. fazer planos para o futuro.


Corrida de obstáculos

As etapas do casamento que nem todos conguem - ou querem - superar:
1º ano - Os "pombinhos" contam as horas para voltar ao seu ninho, e a vida sexual é intensíssima. Para os casais mais jovens, no entando, essa face de encantamento costuma acabar por volta dos quatro meses de união. Como em geral ganham pouco e dependem dos pais para pagar parte das despesas, as contas mensais tornam-se motivo de ansiedade e discussão;
2º ano - Para muitos homens e mulheres que enfrentam problemas conjugais desde o início do casamento, completar um ano juntos é uma questão de honra. Sob os eflúvios das bodas de papel, eles vivem seis meses de calmaria, até que as desavenças voltam com toda a força. Ultrapassar o segundo ano de casamento pode ser um objetivo inatingível;
4º ano - Começam as maiores dificuldades porque, ao arrefecimento da paixão, somam-se o nascimento do primeiro filho, que "retira" o marido como centro das atenções da mulher, e a rotina desgastante. Surgem o que especialistas chamam de "ataques de individualidade". A frase mais ouvida nesse período é "Somos mesmo diferentes em tudo"
7º ano - A famosa crise dos sete anos é detonada pelos ressentimentos acumulados ao longo do tempo, que finalmente vêm à tona, e pela frustação das expectativas em relação ao parceiro. O tédio do dia-a-dia torna-se pesadíssimo para ambos. O terreno está fértil para que brote uma paixão extraconjugal
15º ano - É o momento em que marido e mulher fazem um balanço da vida a dois. Na passgem dos 40, eles olham o passado com a sensação de que desperdiçaram os seus melhores anos e vislumbram o futuro com angústia. A estrada comum pode encontrar uma bifurcação e cada um seguir para seu lado
25º ano - A meia-idade é um fardo, as perspectivas de mudança são praticamente nulas e os filhos já saíram de casa. Não é raro que o marido e a mulher se observem como dois estranhos. A frase que lhes vem à mente é: "Mas eu não me casei com esta pessoa". As picuices costumam crescer em progressão geométrica


As reclamações mais frequentes entre maridos e mulheres

Ele odeia quando ela:


  1. passa horas ao telefone
  2. quer ir ao cinema no domingo à tarde
  3. o obriga a ir ao supermercado
  4. demora a escolher a roupa para sair
  5. acha que o dinheiro dele é dos dois e o dela, só dela
  6. ataca a sua família porque ele brigou com a sogra
  7. grita com as crianças
  8. o acusa de ser um pai ausente
  9. quer discutir a relação
Ela odeia quando ele:
  1. deixa a toalha molhada em cima da cama
  2. acha que fez muito ao enxugar a louça do jantar
  3. passa a tarde de domingo a ver futebol
  4. reclama que ela está gastando demais
  5. banca o co-piloto quando ela está a conduzir
  6. convida alguém para jantar sem avisá-la
  7. quer resolver os problemas profissionais dela
  8. grita com as crianças
  9. não avisa onde está
  10. se recusa a discutir a relação


O fascínio e o risco da traição

Para os biólogos que estudam o assunto, a compulsão de trair, ou a negação da monogamia, é fruto do determinismo genético. Segundo estes pesquisadores, movidos pelo instinto de perpetuar a espécie, alimentado pela incontinência hormonal, os machos humanos teriam necessidade de distribuir os seus genes num grande número de parceiras. Já as fémeas, ao procurar outro macho teriam em vista encontrar um reprodutor de melhor qualidade. Pode até fazer sentido no laboratório, mas numa crise conjugal é prudente não sacar da cartola esta justificação ciêntífica.

Mais fácil é constatar que um casamento monótono, com déficit de felicidade e superávit de dificuldades, costuma ser a principal causa para a infidelidade, tanto de homens como de mulheres. É a velha história: eles querem mais sexo e elas, mais romance. Terapeutas Conjugais afirmam que, ao trair, homens e mulheres procuram acima de tudo experimentar fantasias difíceis de ser vividas nos arredores da relação conjugal.

Numa sondagem realizada nos Estados Unidos em 1994, 21% dos homens e 11% das mulheres admitiram ter traído o cônjuge pelo menos uma vez. Numa pesquisa recente sobre adultério, feita pela revista Newsweek, 70% das pessoas entrevistadas disseram que um caso extra-conjugal é sempre prejudicial ao casamento.

A infidelidade causa sempre dor quando revelada. Mas um casal bem estruturado pode assimilar uma escapadela eventual de um dos parceiros. Nesses casos, passado o susto, a parte traída faz um balanço do relacionamento antes de terminar, ou não, a relação.

É comum ouvir dizer que um affair extra-conjugal pode servir para "apimentar" um casamento morno. Trata-se de um argumento discutível, mas não há dúvida de que viver perigosamente é para muitas pessoas bastante excitante.


Adaptado do original de Mario Sabino, Revista Veja Reportagem, 23Out1996

Prazer no Feminino


Com terapias e drogas que aumentam o desejo e estimulam o orgasmo, a ciência avança no campo até recentemente inexplorado da satisfação sexual das mulheres

O estudo da sexualidade da mulher, até recentemente restrito aos profissionais do divã, começa a avançar impulsionado pela medicina. A cada dia, pesquisadores descobrem novas causas orgânicas para os problemas femininos mais comuns quando o assunto é prazer: falta de desejo, ausência de orgasmo, dificuldade em chegar à excitação e dor durante o sexo convencional.

São queixas que atrapalham, em média, a vida sexual de 54% das mulheres. O que a medicina pode fazer por elas? No campo das promessas, muito, muitíssimo, mas é muito pouco, se a referência for o que a medicina já pode fazer pelos homens.

Tome-se o exemplo do Viagra que ajudou a melhorar a vida sexual de mais de 13 milhões de homens em todo o mundo. A pílula contra a Disfunção Eréctil recuperou casos médicos considerados perdidos, levantou a auto-estima de muitos homens, pôs um brilho nos olhos de idosos que já tinham desistido de certos prazeres da vida. As mulheres assistiram a essa reviravolta com uma ponta de inveja e um bocado de esperança.

É natural que se perguntem por que é que, afinal, ninguém ainda inventou um Viagra para elas. Como o efeito da droga e dos seus similares é, basicamente, aumentar o fluxo sanguíneo para o pénis – procedimento que resulta na erecção –, os "Viagras femininos" procuram seguir o mesmo padrão, intensificando o volume de sangue nos órgãos genitais da mulher. Desta forma, provocariam o intumescimento do clitóris e o aumento da lubrificação vaginal. No entanto, as mulheres têm menos dificuldades em atingir este estado naturalmente do que os homens de conseguir a erecção.

O que a maioria das mulheres quer é algo que:
1) as ajude a ter mais desejo e
2) facilite atingirem o orgasmo.

Para ajudá-las, a ciência tem de ser capaz de resolver mais do que o problema quase mecânico da lubrificação: precisa desvendar os meandros do complexo processo da sexualidade feminina, a começar pela orquestra hormonal que rege o prazer da mulher, muito mais intrincada e flutuante que a masculina. A maioria dos tratamentos pró-sexuais que já existem no mercado visa justamente nas alterações hormonais que podem comprometer a satisfação da mulher. A testosterona que dispara o gatilho do desejo, o estrogénio que prepara o corpo para o sexo – tudo isso, já se sabe, diminui na menopausa. É através da análise destes efeitos que a medicina tem procurado compensar os desequilíbrios hormonais, e os laboratórios têm desenvolvido métodos cada vez mais eficientes de repor o que falta. Os benefícios estendem-se às mulheres com disfunções nessa área em todas as faixas etárias.

Os problemas sexuais da mulher têm uma multiplicidade de causas. As dificuldades de irrigação sanguínea, as descompensações hormonais e outras disfunções fisiológicas têm como agravantes as barreiras psicológicas. Quase meio século depois da revolução de costumes que abriram as portas do prazer sexual à mulher, as "vozes" da repressão instaladas no fundo da psique feminina ainda emperram o caminho da satisfação. Isto sem contar, ainda, com alguns homens que, espantosamente, continuam ignorantes do bê-á-bá do orgasmo feminino.

Uma em cada duas mulheres tem algum tipo de queixa na área da satisfação sexual em determinada fase da vida. Três em cada dez desconhecem o orgasmo na relação sexual – proporção que aparentemente se manteve estável nas últimas décadas. O que mudou, segundo o diagnóstico traçado nos consultórios dos especialistas, foi a disposição feminina de procurar soluções. A diferença é que elas agora reclamam.

Por que é que eles têm mais facilidade em chegar ao prazer do que elas?

Para os especialistas, uma das respostas decorre do facto de que a maioria das mulheres ainda desconhece o seu próprio corpo – situação que, para os homens, ocorre menos vezes. Desde muito cedo, eles têm uma relação muito mais explícita com os seus genitais, já que podem vê-los, tocá-los e senti-los. As mulheres, em compensação, estão destinadas a conviver com uma sexualidade mais oculta sob uma conformação que esconde e dissimula. "Elas só vão saber que têm vagina lá pelos 8 anos, e que têm clitóris por volta dos 13. E, mesmo assim, se forem muito curiosas", afirma a psicóloga Aparecida Favoreto, directora do Instituto Paulista de Sexualidade.

O bombardeio de informações de conteúdo erótico, em vez de ajudar, pode até atrapalhar, especialmente os jovens com pouca ou nenhuma experiência sexual. As repetidas cenas de sexo mostradas no cinema e na televisão parecem o sonho do Ejaculador Prematuro: poucos ou nenhum preliminares e tudo numa questão de trinta segundos, com os dois a alcançarem o prazer. Jaqueline Brendler, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, costuma citar o filme Lendas de Paixão como exemplo crasso da deseducação sexual. No filme, a cunhada do personagem interpretado por Brad Pitt tem com ele a sua primeira relação sexual. Num celeiro, de pé, atinge o orgasmo. Diagnóstico da médica: tudo é completamente improvável. "O orgasmo na primeira relação já é uma ocorrência raríssima", afirma. Sem preliminares, sem estimulação do clitóris e em posição tão pouco confortável, fica praticamente inviável. Nem com Brad Pitt.

Jaqueline Brendler, analisou durante três anos 35 pacientes portadoras de anorgasmia primária, ou seja, que nunca tiveram um orgasmo – nem durante o acto sexual nem por masturbação. Concluiu que, fisiologicamente, nenhuma delas tinha nenhum problema. Em compensação, todas apresentavam um ponto em comum: "Cem por cento delas tinham registos de uma educação familiar opressiva, que vinculava sexo a pecado, dor, sofrimento ou perda do autocontrole", diz a médica.

Com os rapazes, ocorre o inverso. O tio pede ao sobrinho para "mostrar o documento". O pai "atiça" o filho quando vê uma rapariga bonita a passar. Tudo converge para uma espécie de salvo-conduto que permite aos homens exprimirem os seus desejos. Mesmo num ambiente mais liberal, é raríssimo, quase inexistente, que as meninas sejam estimuladas à experimentação sexual. Ao contrário, são alertadas para os riscos da gravidez indesejada, os perigos das doenças sexualmente transmissíveis e os problemas que a troca constante de parceiros pode causar.


PASSO-A-PASSO DE UM ORGASMO (caso de vida)
1. Aos 34 anos de idade, casada há cinco, S. nunca tinha tido um orgasmo. Proveniente de uma família de classe média alta, teve formação católica. "Em casa sempre ouvi os meus pais dizerem que a masturbação era pecado", conta. Casou-se com o primeiro namorado. "Sempre amei o meu marido, mas o sexo com ele era praticamente uma obrigação", conta.

2. O nascimento do primeiro filho desencadeou uma profunda depressão pós-parto. A falta de desejo transformou-se em aversão ao sexo. O casamento ficou tremido. "Eu achava que era anormal ou, então, que todas as minhas amigas eram mentirosas. Não entendia por que é que não conseguia sentir o que elas sentiam."

3. S. decidiu procurar ajuda. Consultou um ginecologista e um terapeuta sexual. O exame clínico revelou que, além de depressão, ela sofria de hipotiroidismo, disfunção que pode afectar o desejo sexual.

4. Juntamente com o tratamento de saúde, S. começou a fazer terapia sexual específica. Numa das primeiras consultas, o terapeuta pediu-lhe para que ela reservasse meia hora por dia, em casa, para observar o seu corpo através de um espelho, procurando identificar a vagina e o clitóris e o que lhe poderia dar prazer.

5. O marido de S. também entrou na terapia. Sempre que iam juntos ao consultório, saíam de lá com "tarefas de casa". Numa delas, deveriam preparar-se caprichosamente para um jantar durante o qual nenhum dos dois falaria de problemas. De regresso a casa, poderiam fazer o que quisessem no campo das carícias, com excepção do acto sexual em si.

6. Durante uma das sessões de terapia de casal, S. decidiu confessar que a obesidade do marido era uma das coisas que contribuíam para a sua falta de desejo. Generoso e compreensivo, o marido começou a fazer dieta.

7. O primeiro orgasmo ocorreu um mês depois do início do tratamento, pelo método mais eficiente. "Estava sozinha em casa a fazer os exercícios de toque. Não queria acreditar quando aconteceu, fiquei louca de alegria. Pensei: é isto o que eu quero."

8. O prazer com o marido ocorreu posteriormente. "Depois de conseguir sozinha, ganhei coragem e comecei a dizer-lhe o que era bom para mim e de que forma gostaria que ele me tocasse."

9. Hoje, S. está curada da depressão e continua a usar os medicamentos para controlar o hipotiroidismo. O marido já perdeu 20 quilos. A vida sexual, diz, melhorou cem por cento. "Mas ainda sou uma aprendiz. Dou graças a Deus por ter tido a coragem de procurar ajuda. Olho para as minhas primas e tias e tenho certeza de que elas estão a perder a mesma coisa que eu perdi durante tanto tempo. Sinto muita pena delas."

Adaptado do original de Thaís Oyama, revista Veja Edição 1 702 de 30Mai2001

Crise financeira faz aumentar divórcios


A actual crise financeira propicia o aumento dos divórcios, com os cônjuges a tentar chegar a consenso antes que a situação piore, que reduza os salários dos parceiros ou os lance no desemprego.

É o que conclui o estudo feito por um escritório de advocacia londrino. O estudo - que abrangeu 100 operadores e corretores da Bolsa - mostrou que 79% dos entrevistados acreditam que a probabilidade dos casamentos acabarem é maior em períodos de recessão.

Um quinto dos participantes conhece pelo menos uma pessoa que preencheu os papéis do divórcio desde o início da crise e um em cada dez está preocupado com a hipótese do parceiro já estar à procura de advogado.

O estudo divulgado sexta-feira pelo escritório de Direito familiar Mishcon de Reya refere que 54% dos profissionais que trabalham no centro financeiro consideram que os seus empregos estão mais vulneráveis do que há um ano.

Para Sandra Davis, que tratou dos divórcios da princesa Diana, da modelo Jerry Hall e do futebolista Thierry Henry, a falta de dinheiro dificulta as conciliações. O inquérito revelou ainda que 60% dos entrevistados pediram aos cônjuges para reduzirem os gastos, e 19% afirmaram que os parceiros se recusaram a poupar.

Os dados estatísticos revelam que a taxa de divórcio em Inglaterra e no País de Gales caiu 7% em 2006, a mais taxa baixa desde 1984.

Alexandra Marques, in Jornal de Notícias Online, 15Jul2008

Há parceiros de uma vida?


Há parceiros de uma vida, unidos até que a morte os separe. Em 2006, segundo o Instituto Nacional de Estatística, enviuvaram 14 786 pessoas que tinham mais de 75 anos de idade e vinte de casamento. Psicólogos e cientistas procuram a chave capaz de explicar o amor eterno. A hormona oxitocina é, segundo um estudo das universidades Saint Andrews (Escócia) e Edimburgo, a causa para a existência da satisfação sexual com uma só pessoa.

De acordo com Elisabeth Cornwell, do departamento de Psicologia da Universidade de Saint Andrews, a capacidade de prolongar as relações amorosas está dependente da oxitocina, que permite modificar milhões de circuitos no cérebro e, desta forma, influenciar a percepção de cada indivíduo. Pessoas que produzem menor quantidade de oxitocina têm dificuldade em permanecer muito tempo apaixonadas.

Conhecida por molécula da monogamia ou da confiança por ser responsável pela consolidação do amor, não é contudo a oxitocina que na química do amor cria a chama da paixão. Essa tarefa cabe às neurotrofinas, que na primeira fase do amor se encontram em doses mais elevadas no sangue, segundo uma investigação da Universidade de Pisa (Itália) liderada por Donatella Marazziti. A química sexual liderada por estas moléculas dura em média dois anos. Sem o saber, o casal passa por profundas alterações hormonais. A oxitocina toma então a liderança sobre as neutrofinas e o desejo dá lugar à ternura. A explicação bioquímica não colhe contudo plena aceitação entre os psicólogos. Manter a relação depende também da razão, compreensão, habilidade e até do contexto histórico.

Assim, "o desenvolvimento da capacidade de amar depende de factores psicológicos, familiares e culturais", considera Nelson Lima, coordenador nacional do Instituto da inteligência. "Hoje o amor é dominado pela racionalidade, por oposição ao Romantismo, onde o amor tinha por exemplo a relação trágica de Romeu e Julieta", afirma o especialista.


INÍCIO DO AMOR
Até aos 12 anos
No início da adolescência os laços de afecto estreitam-se nos grupos de amigos porque garantem protecção. As relações amorosas, porém, são espontâneas e fugidias.

Dos 12 aos 18 anos
Idades em que os jovens preferem conviver mais de metade do tempo com os amigos. A partir dos 14 anos surgem os primeiros sentimentos amorosos que conduzem à afeição até aos 18 anos.

A partir dos 18 anos
Fase chamada de vínculo em que surge uma visão mais pragmática do envolvimento sentimental. Nasce a ideia de constituir família.

PAUL NEWMAN CELEBRA 50 ANOS DE CASAMENTO
O actor e realizador Paul Newman, de 83 anos, e a actriz Joanne Woodward, de 78 anos, comemoraram a 29 de Janeiro 50 anos de casamento, uma raridade em Hollywood. A fórmula para a estabilidade da relação é simples: "A Joanne apoiou-me sempre em todas as decisões, como por exemplo a minha colecção de carros, que ela detesta, mas apoia", disse Paul Newman, que está doente, possivelmente com cancro do pulmão. Paul Newman esteve casado oito anos com Jackie Wittem, de quem teve três filhos. Do actual casamento tem três filhas e adoptou sete crianças.

João Saramago, in Correio da Manhã Online, 12Jul2008

Casais felizes e sem sexo



O desejo pode esmorecer, as doenças da idade tendem a atrapalhar, mas o sexo não tem prazo de validade nem termina com a juventude. As relações são diferentes aos 80 anos e aos 18. Contudo, o acumular dos anos não faz dos idosos seres assexuados. Quando as doenças atrapalham e o desejo começa a esmorecer, são eles que escolhem o que fazer com a sua sexualidade. Podem abdicar dela. Mas também podem reinventá-la.

A atitude mais frequente é desistir, até porque quando um dos membros do casal passa a ter dificuldades, o outro desinveste também para não lhe causar sofrimento emocional. Mas não tem de ser assim, explica o sexólogo Bruno Inglês. "Não é fácil as pessoas desprenderem-se do modelo tradicional do sexo, onde é obrigatório existir erecção e penetração. Mas pode haver uma adaptação e os casais passam a fazer o que é possível", refere. E são aqueles que, ao longo da vida, tiveram uma vida sexual mais rica e que mais facilmente conseguem criar alternativas, explica. Tem é de haver motivação.

Contudo, o especialista refere que o fim do sexo não implica sempre sofrimento. Há casais que encaram a nova fase com naturalidade e continuam a ter uma ligação afectiva entre eles. Arranjam mecanismos de compensação, investem noutras áreas, como nos filhos e nos netos. O mais difícil é quando não estão os dois em sintonia. O exemplo vai para o fenómeno do Viagra. Ele tinha problemas de erecção, a mulher desistiu da sexualidade, ele toma Viagra e quando volta a uma sexualidade activa é já ela que não está disponível. "O homem recorre à prostituição. Mas segundo os padrões de quando tinha 17, 18 anos. Não usa preservativo – como nunca usou, pensa que pode dificultar a erecção. Acaba a ser infectado com VIH/sida e outras doenças. E infecta também a mulher", alerta, lembrando o aumento da prevalência desta doença em Portugal nas faixas populacionais mais velhas.


"HÁ VÁRIAS TERAPIAS POSSÍVEIS"
(Bruno Inglês, Sexólogo)

Correio da Manhã – O conceito de sexualidade muda com a idade?
Bruno Inglês – Não há uma mudança muito grande, há sim uma adaptação às circunstâncias. A idade traz doenças como a diabetes ou a hipertensão. A própria medicação que os idosos tomam tem consequências a este nível. Mas os casais podem adaptar-se, e passam a fazer o que é possível fazer.
– As disfunções sexuais são um tema difícil de abordar nesta idade? Os mais idosos são paciente difíceis?
– Tenho encontrado o inverso. Quem vai às consultas aborda a questão com mais abertura, porque são mais vividos e mais descomplexados. Mas estamos a falar daqueles que procuraram ajuda. Admito que na população geral haja pessoas com mais dificuldades em falar sobre este tema.
– Que tipos de ajuda há para ultrapassar esta situação?
– Há vários tipos. O recurso a medicamentos, como terapias hormonais (no caso da falta de lubrificação nas mulheres, por exemplo) ou remédios como Viagra. E depois há terapias familiares ou sexuais. As pessoas devem consultar especialistas e pedir ajuda. Podem abordar o assunto com o médico de família, o ginecologista ou o urologista.


ESTUDOS
As pessoas com mais de 70 anos têm uma vida sexual mais activa e sentem mais prazer do que os idosos há 30 anos, diz uma pesquisa sueca.
81% dos homens e 51% das mulheres entre 57 e 85 anos não dispensam o sexo, refere outro estudo norte-americano.
37% dos homens admitem ter dificuldades de erecção. As mulheres têm pouco desejo (43%), falta de lubrificação vaginal (39%) e dificuldades em chegar ao orgasmo (34%).


O FILME ERÓTICO PARA IDOSOS DE JANE FONDA

Jane Fonda tem um sonho. Fazer um filme erótico com idosos para provar que os casais nos 70 podem ter uma vida sexual preenchida. O projecto foi anunciado há um ano, quando a actriz fez 70 anos. A norte-americana diz que já tem as ideias para as cenas amorosas, mas continua à procura de um argumentista. "Quero fazer um filme erótico sobre uma mulher de 70. Existe esta ideia que, quando se atinge certa idade, deixamos de ser sexuais. O que é inteiramente falso. Vamos ver se consigo fazê-lo. Tenho de pôr a ideia por escrito primeiro", adiantou a actriz.

Rute Araújo in Correio da Manhã Online, 13Jul2008

Os filhos podem prejudicar a relação do casal?


Vida a três favorece ruptura

É um dos momentos de crise para o casal. Os jovens pais sabem, os especialistas confirmam e há estudos que contabilizam em vinte por cento a percentagem das uniões que acabam em separação nos dois primeiros anos após o nascimento de um filho. Durante nove meses, mãe e pai fazem planos, antecipam o nascimento e imaginam tudo sobre o bebé. Mas poucos se preparam para o impacto do aparecimento de uma criança na vida de todos os dias.

"Vem abalar a estrutura de um relação e potencia a separação", admite a psicóloga e terapeuta familiar Catarina Mexia. "Muitos ainda estão a construir a sua identidade como casal, o nós, e essa tarefa não é fácil. Com o aparecimento de um filho, essa terceira identidade vem ser posta em causa e leva à necessidade de uma nova reorganização", explica. E tudo tem de ser reconstruído. O relacionamento com os avós, o estabelecimento de limites com as famílias de origem, a relação com os amigos.

A sexualidade também se ressente. A mulher passa por uma grande transformação física e alterações hormonais. Sente-se insegura com o corpo, pensa que não é desejada, tem menos disponibilidade. O homem tem de se habituar a dividir a atenção com o bebé, sente-se relegado para segundo plano. "Muitos têm ciúmes da criança, estavam habituados a ter a atenção toda", refere a psicóloga, sublinhando que é algo normal nos primeiros tempos e que não devem ter problema em falar sobre o assunto.

Catarina Mexia diz que o segredo para o restabelecimento da normalidade na vida sexual do casal passa pelo romantismo e por manter, sem culpa, momentos só a dois.

"Costumo dizer que estes momentos, de quinze em quinze dias ou todas as semanas, são tão inadiáveis como uma reunião de trabalho." "A mulher precisa de miminhos, de ser valorizada não só como mãe mas também como mulher", alerta. E defende que o reencontro deve passar por reabilitar a fase do namoro. "Inicialmente, para a mulher, uma abordagem puramente sexual pode ser um pouco agressiva", porque pode não estar preparada.
EFEITOS
SEPARAÇÃO
Vinte por cento dos casais separam-se nos primeiros dois anos após o nascimento do filho. A conclusão é de um estudo norte-americano das universidades de Washington e da Califórnia.

CONFLITOS
Quase todos (92 por cento) afirmam ter mais conflitos com o parceiro do que tinham antes de serem pais.

DEPRESSÃO
Três em dez casais apresentam sintomas de depressão.

SATISFAÇÃO
Setenta por cento acham que a satisfação com o casamento baixa.


DIÁLOGO DURANTE A GRAVIDEZ
Catarina Mexia (Psicóloga e terapeuta familiar)

Correio da Manhã – Todos os casais passam por uma crise com o nascimento de um filho?
Catarina Mexia – Diria que quase 100% dos casais passam por esta situação. O que faz a diferença é o facto de terem recursos internos (maturidade emocional) e externos (como avós a quem possam lançar um SOS e recorrer quando precisam) para encarar esta fase como uma crise de crescimento e andar para a frente.

– Como se podem preparar?
– Devem aproveitar o tempo calmo da gravidez para conversar, é a velha questão do diálogo. Costuma haver uma perspectiva de conto de fadas, do encantamento, mas é raro falarem de como está a evoluir a relação. Não abordam os seus medos, as cedências que terão de fazer... E não é depois, com uma criança a chorar, noites sem dormir e no pico da irritabilidade, que vão conseguir resolver estas questões. É preciso ter coragem para falar de coisas difíceis quando ainda vivem tempos calmos.

– Como é que esta mudança interfere no desejo?
– Tendencialmente são as mulheres que se sentem pior. Algumas ficam muito afectadas na sua auto-estima e infelizmente escondem, comportam-se como se nada se passasse, porque sentem que é sua obrigação desempenhar o papel de mães. É preciso tempo para reconstruir a relação.


ANGELINA JOLIE E BRAD PITT
TRÊS ANOS E SEIS FILHOS DEPOIS

Desde que estão juntos, a família não pára de aumentar. A relação de três anos de Angelina Jolie e Brad Pitt já produziu quatro filhos. Maddox, de seis anos, foi adoptado em 2000 no Cambodja. Zahara Marley, de três, em 2005, na Etiópia. A primeira filha biológica, Shiloh, nasceu na Namíbia. Pax, de cinco anos, veio do Vietname. A actriz está agora grávida de gémeos e decidiu que as crianças vão nascer em França.


Rute Araújo, in Correio da Manhã Online, 11Jul2008

Relações complicadas - Amo-te mas não digo

Há pessoas que não conseguem proferir as palavras
«Amo-te», mesmo quando gostam a sério.

Há frases que não passam na garganta. «Quero dizer-lhe que o amo, mas não sou capaz», é o tema de um artigo da Psychologies deste mês. Causa? Segundo diz o psicoterapeuta Alain Delourne, citado pela revista: «Normalmente é um trauma que vem de longe. O contexto efectivo de uma criança joga um papel fundamental na expressão dos sentimentos.» Se «lá em casa» o amor é uma coisa que se prova, mas não se traduz por palavras, é natural que o adulto que cresceu neste ambiente se sinta horrivelmente inibido de dizer mesmo coisas tão simples como: «Gosto de ti».

Por outro lado, os especialistas explicam que o bloqueio pode corresponder a um sentimento de medo: se as tentativas já feitas foram recebidas com frieza, rejeição, ou deram mesmo origem a mal-entendidos, a reacção natural é de ter medo de voltar a correr riscos. Como saltar por cima do obstáculo?

Véronique Berger, psicanalista, recomenda recuar no tempo, de preferência com a ajuda de um terapeuta. Delourne recomenda que se utilizem palavras com que nos sintamos bem, tendo em conta que o importante é que o outro perceba o sentimento. Nem tudo tem que ser dito com frases feitas!

Teresa Telles, in Destak, 11Jul2008

O que é a Terapia Conjugal?

A rotina do dia-a-dia, a monotonia e a falta de diálogo no casal são apontados como factores preponderantes para o aumento da taxa de divórcios em Portugal.
Problemas sexuais, falta de confiança, falta de comunicação, infidelidade, brigas constantes, agressão verbal e física são indicadores de que a relação do casal não está bem. Estas situações de crise, associadas ou não ao divórcio, estão entre as principais causas para Perturbações como: Stress, Depressão e Ansiedade.
O recurso a uma Terapia Conjugal baseada nas mais avançadas Técnicas Cognitivas e Comportamentais permite obter melhorias, no relacionamento dos parceiros, em poucas sessões terapêuticas.
Para finalizar, importa salientar que o principal objectivo da Terapia Conjugal é ajudar os parceiros a reencontrarem-se com o "nós" que, por vários motivos e circunstâncias, se perdeu ou diluiu, e não a apaixonarem-se porque o psicólogo não tem "varinhas de condão".

Quando recorrer a uma Terapia Conjugal?

A intervenção terapêutica estará centrada no relacionamento amoroso, procurando:

  • Enriquecer os comportamentos positivos;
  • Enriquecer a capacidade comunicativa com o cônjuge;
  • Desenvolver habilidades de resolução nos conflitos do dia-a-dia;
  • Resolver divergências na educação dos filhos;
  • Mudar padrões de comportamentos que levam à discórdia conjugal;
  • Resolver situações associadas a ciúmes e traição;
  • Aliviar problemas relacionados com insatisfação sexual;
  • Reestruturar padrões de pensamentos disfuncionais e prejudiciais;
  • Procurar a diminuição progressiva dos conflitos destrutivos (discussões, intolerância e irritabilidade na relação);
  • Tentativa de salvar o relacionamento antes de haver uma decisão de separação do casal;
  • Avaliar crenças quanto ao relacionamento;
  • Resolução de situações associadas ao divórcio;

Como é a Terapia Conjugal?

Sessões iniciais (3/4 sessões) – Realização de uma avaliação cuidadosa do relacionamento através de reuniões e entrevistas individuais, com vista à elaboração de um plano de intervenção. Em alguns casos, poderá haver a necessidade de realizar sessões adicionais.

Se a Terapia Conjugal for a mais indicada, para os parceiros, o tratamento seguirá com sessões semanais, com o casal, com duração de 50 minutos.

Para que a Terapia Conjugal tenha sucesso é preponderante realizar um trabalho conjunto com o casal. No decorrer das sessões o psicólogo apresentará actividades para serem realizadas quer no gabinete, quer em casa do casal.

Estas actividades visam, principalmente, aumentar a capacidade comunicativa do casal e concomitantemente a sua satisfação conjugal.

A quem não é indicada a Terapia Conjugal?

Existem casos específicos em que alguns problemas devem ser resolvidos primeiro através de uma Psicoterapia individual antes de se dar início a uma Terapia Conjugal:

  • Dependência de álcool ou drogas de um dos elementos do casal;
  • Quando já existiram vários relacionamentos instáveis devido a uma perturbação de personalidade ou de carácter:Quando existem problemas emocionais ou comportamentais (por exemplo: esquizofrenia, depressão), o tratamento pode ser mais difícil, mas a Terapia Conjugal pode ser bem sucedida se estes problemas estiverem a ser tratados, podendo até ser um bom complemento para este tratamento psicoterapêutico e/ou medicamentoso. Se estes problemas forem o resultado das dificuldades conjugais (especialmente, depressão), a Terapia Conjugal é indicada desde logo.

A Terapia Conjugal também não é indicada para os seguintes casos:

  • Existência de um relacionamento extra-conjugal, com o qual não se procura terminar;
  • Quando a separação do casal já está decidida, por pelo menos um dos seus elementos;
  • Quando existem situações de abuso físico, por um dos elementos do casal;
  • Quando nunca houve atracção ou paixão entre o casal.